segunda-feira, dezembro 24, 2001

De férias, peregrino, volta lá pelo dia dois...

quarta-feira, dezembro 19, 2001

Já aconteceram duas sessões de pré-estréia do Senhor dos Anéis: Uma no Rio e outra em São Paulo. Adivinha em qual o público foi vestido a caráter?

Apesar de não gostar do livro, estou botando fé nesse filme. O diretor tem um histórico bom ('Almas gêmeas' e 'Fome Animal'), esperemos...

terça-feira, dezembro 18, 2001

Ae, tem trailer novo do aranhoso na área. Clica aqui. Interessante é que ele usa uma das músicas instrumentais do Matrix. E isso é prática comum em trailers, vai ver que eles não pagam direitos autorais já que o filme é da mesma produtora. E esse Toby Maguire é meio canastra, né não?
Se você for comprar algum dvd, não compre na DVD world. Se ele vier com defeito por exemplo, eles não se dignificam a responder seus mails ou atender telefonemas.
Só pra constar: Silvo Santos é rei.

quinta-feira, dezembro 13, 2001

Depois do fiasco do Ginger, é lançado um meio de transporte revolucionário de verdade. Conheça Megway!

terça-feira, dezembro 11, 2001

Dirty Harry Potter. O Dapieve tem seus momentos.



Belo filme o Hedwig hein? Tudo muito maneiro, até as músicas que são um Frankenstein de Lou, Bowie e Iggy. Viva o Roque!

segunda-feira, dezembro 10, 2001

If I was an Autobot, I'd be:

Click to see what Autobot you could be!
Opa, cidade submersa pintando na área...
Entrevista com Frank Miller no Onion...

sexta-feira, dezembro 07, 2001




Pô Rafinha! Tu é um cara maneiro, mas plagiar o Emotion Eric é sacanagem!
A única coluna social que presta no mundo dos blogs finalmente engrenou.



Só pra deixar claro: esse aí é o melhor disco do mundo e ponto final. Desculpem-me Beatles.

quarta-feira, dezembro 05, 2001




Isso aí Brasil! Vai fundo! Morte as leis trabalhistas, uhuuuuu! Quem precisa de FGTS, férias, aviso prévio?!? Agora pra ficar fechar com chave de ouro vamos todos nos esforcar pra eleger esse monte de bosta ai em cima "presidenta" como ela quer ser chamada!

Tem uma frase que nunca me saiu da cabeça. Era de uma das camisas da Casseta Popular, quando eles era mais anárquicos. Ela mostrava a bandeira do brasil e no lugar do ordem e progresso mandava: "Ê POVINHO BUNDA!". Simples e preciso.

segunda-feira, dezembro 03, 2001




A Rolling Stone está com uma sessão com algumas fotos bem boas do George, vale a visita.
25% EMO




Emo é o escambau!

sexta-feira, novembro 30, 2001



Meu último post sobre Harry Potter, em 4 partes:



1. O Livro
Não li o livro, pra começar. Minha opiniões são baseadas em pré-conceitos. Não li porque não me interessei (menos ainda depois que vi o filme), e sinceramente, eu tenho outras coisas na minha lista de prioridades. O pessoal que defende o livro usa como argumento o fato de que as crianças são atraídas para o mundo da leitura, e que é melhor elas perderem tempo lendo um livro do que vendo TV, jah que a partir dos livros da inglesa elas podem pular para outras obras. Acho até que pode ser verdade, mas no meu íntimo eu acho que isso é jogar a responsabilidade dos pais que deviam invcentivar seus filhos a ler para os gênios de marketing. Minha opinião, óbvio, como tudo mais que você já leu ou vai ler aqui.

2. O Filme
Começemos por seus méritos. Os atores estão bem, até mesmo os pirralhinhos estão bem adequados (eu achei o pirralho Potter meio canastrão as vezes, mas pode ser implicância), a direção de arte está bem legal, os cenários lindos e tudo mais. Eu acho que a principal qualidade do filme é criar esses cenários mágicos pra imaginação infantil, como o beco mágico que eu esqueci o nome, o banco dos duendes e a escola de Hogwart. Infelizmente tudo isso é desperdiçado por um roteiro muito bunda mole, bicho.

Os personagens são interessantes e a premissa da história é muito boa, mas quando o pirralho Potter vai de fato para a escola o roteiro cai numa chatice sem tamanho e se transforma numa massa de furos, narrativa truncada e clichês impressionante. Tudo que acontece na escola de Hogwart é esquisito. Os garotos são deixados à própria sorte, os professores são relapsos e não dão a mínima pros moleques que a toda hora caem em situações mortais das quais escapam por mera sorte. Que droga de escola é essa? E o que é o quadribol, jogo perigosíssimo incentivado pelo corpo docente? Todas as situações de perigo parecem uma grande forcação de barra para criar alguma ação para o filme, forcação alias que não funciona, pois Harry Potter é a pedra filosofal é um filme longo, arrastado e muitas vezes simplesmente chato.

Temos ainda uma triste aparição do John Cleese, que em fim de carreira conseguiu ganhar três frases no filme e um personagem que parece criado pelo próprio Monty Pyhton. E a rã de chocolate é uma referência ao crunch frog do conhecido sketch do grupo? Vai saber.

3. O Plágio
Pela última vez enumero aqui as semelhanças entre Harry Potter e Timothy Hunter, criado por Neil Gaiman a uns 10 anos e que teve uma série de revistas mensais na vertigo por John Ney Rieber:

- Os dois começam suas aventuras com a mesma idade.
- Os dois são ingleses.
- Os dois são fisicamente iguais: Óculos, brancos, cabelo preto.
- Os dois moram em um subúrbio londrino com uma família de pessoas normais.
- Os dois tem uma coruja branca de estimação.
- Os dois estão destinados a ser o maior mago do mundo.
- Os dois não conheceram a mãe e o pai verdadeiros.
- Os dois são enviados a uma escola de magia.
- Os dois tem uma amiga descabelada e de personalidade forte.
- Os dois encontram um unicórnio eventualmente.
- Os dois tem um irmão gordo e chato (o de Timothy é de sua mãe de criação, que entra na história mais tarde, justiça seja feita).

I rest my case.

E eu não sou o unico que acho isso, aqui tem uma reportagem da ABCnews sobre o assunto.

4. Como os americanos são burros
Só pra constar: Nos EUA o primeiro livro e filme do personagem foram de renomeados de "Harry Potter e a perda filosofal" para "Harry Potter e a pedra do feiticeiro". Inclusive várias cenas do filme possuem duas versões, com os nomes do objeto trocado. Sabem a razão disso? Nada que tenha a mais leve menção a Filosofia nos EUA vende.



All things must pass, certo? Vai lá, bicho.

quarta-feira, novembro 28, 2001




A coleção Set Cinema, que já tinha lançado o Halloween do Carpenter em DVD nas bancas com uma cópia em widescreen bem boa se superou dessa vez: Saiu essa semana o Edward mão de tesoura do Tim Burton, e além de uma cópia widescreen boa ele vem recheado de extras como comentários do diretor e do Danny Elfman, fotos dos rascunhos de Burton para Edward, Making Of, Entrevistas com os atores, coisa as pencas. Tudo isso por 20 bagarotes! Quem não comprar é cabeça de mamão.
Professor aposentado, o presidente disse que o cientista que não consegue fazer uma grande descoberta e se tornar famoso tem como única saída ser professor. Para ele, os professores apenas “repetem em suas aulas o que outras pessoas fazem”.

Toma vergonha na cara, Brasil. E FHC? Sinceramente...

terça-feira, novembro 27, 2001

O movimento de extinção humana voluntária precisa de você! Junte-se já!

segunda-feira, novembro 26, 2001

Boong-Ga Boong-Ga! A nova sensação dos flippers japoneses é um jogo composto de uma réplica de uma... hmm... região glútea-lombar que você cutuca com um dedo de plástico e o vídeo reage como se uma pessoa presa dentro da máquina tivesse sentindo o cutucão. Os mascotes são uma mão com o indicador em riste e um cocôzinho. Como Juju diz, se um marciano decesse na terra hoje ele não seria tão alienígena pra nós como um japonês. Eu concordo.
Rabbi Phunkiewsky's School of New Communication!
Uhu! A Sociedade Beneficiente Muçulmana do Rio de Janeiro processou a revista Veja! O Blue Bus manda:

A redaçao de Blue Bus recebeu neste fim de semana email da Sociedade Beneficente Muçulmana do RJ que informa a entrada na Justiça contra a revista Veja, "tendo em vista todas as matérias preconceituosas e discriminatórias veiculadas". Diz em comunicado - "A revista Veja liga o Islam a uma mentalidade dogmática, rejeitando a modernizaçao e o novo, como se opusesse aos avanços tecnológicos, responsabilizando a religiao pela situaçao caótica do Afeganistao de hoje. E em geral, denigre a imagem de todos nós muçulmanos, ferindo nossos mais profundos fundamentos, e maculando o exercício de nossa fé".

A revista, que por mais um ano se consagra como a publicação mais preconceituosa e reacionária do país, merece cada centavo que vai perder com esse processo. Queimem no inferno, cães imundos!



Nicholas dando um insight bom preu xiitismo, leiam!

sexta-feira, novembro 23, 2001


quinta-feira, novembro 22, 2001





Essencial.



Se alguém ainda não percebeu, deixa eu explicar: Vivemos atualmente em uma ditadura escrachada e todo mundo acha isso normal. Não acredita? Um exemplo claro é a greve dos professores das faculdades federais. Só em uma ditatura o governo pode decidir que uma greve é ilegal e se recusar a pagar o salário dos grevistas. Então, quando o Supremo Tribunal de Justiça decreta que o governo deve pagar os professores o nosso presidente-rei baixa uma medida provisória (que tem sido sua principal estratégia de governo até agora) que diz que só ele pode decidir se paga ou não. Sabe o que isso significa não é? É verdade, bonitão, você não tem mais direito a greve. E vai se despedindo dos seus outros direitos trabalhistas, daqui a pouco eles somem também junto com esse que já era e ninguém vai perceber porque estão preocupados demais com a casa dos artistas (alias, VAI SUPLA!). Nosso presidente-rei governa abertamente com MPs a torto e a direito, distribuindo verbas pro congresso aprovar suas sugestões e ai de você se abrir a boca pra falar alguma coisa, porque ele vai correndo pro Globo fazer biquinho e dizer que estão desmoralizando o governo. A imagem acima não tem nada a ver não, é só uma série que eu planejo desenvolver.

quarta-feira, novembro 21, 2001




É fato: O pela-saco do Steven Soderbergh resolveu refilmar o Solaris do diretor russo Andrei Tarkovsky, usando o George Clooney como ator principal. Mas tudo tem um lado bom não é? Quem sabem não se interessam pelo Tarkovsky e relançam seus filmes? Ai em cima temos a foto de um personagem do filme ao saber da notícia.

terça-feira, novembro 20, 2001


Sabe o que é uma merda? Você compra um livro bom, barato, de um autor legal, muito bem escrito, muito bem diagramado, uma edição toda bonita e bem cuidada. Aí você está lendo lá amarradão quando dá aquele estalo na cabeça. Tem alguma coisa errada. Alguma coisa no fundo do seu útero te diz que tem alguma coisa muito errada no livro que você ainda não percebeu. Aí a revelação. Você fecha o volume lentamente e vê na capa o texto que já tinha lido e ignorado "Tradução de Diogo Mainardi". Diogo Mainard, o imbecil que destruiu a sessão de crítica cultural daquela revista fétida, a Veja. Irmão do outro Mainardi que fez aquele troço chamado "Mater Dei" que está nos cinemas, e responsável pelo roteiro mongol do mesmo. Aquele que dá entrevistas a revistas Italianas e diz que é um grande escritor no Brasil. Esse mesmo. Morte ao verme que chamou esse traste pra traduzir um livro tão bom.
Bom, acharam o Tourist Guy de verdade. Cadê o palhaço de Campinas agora?
Sessão recordar é viver:

Responda rápido: Quem é o Harry Potter e quem é o Timothy Hunter?



Não vou me alongar no assunto uma segunda vez, só queria lembrar que ainda acho que o Harry Potter é plágio do Timothy Hunter, criado pelo Neil Gaiman anos antes e que possui não uma, mas várias características em comum com o outro pirralho mágico.
Nos cinemas do Rio de Janeiro rolam:



Os Outros é o Terceiro filme do diretor Alejandro Amenábar, sobre uma mulher que vive sozinha em um casarão com seus dois filhos que sofrem de uma alergia a luz solar e precisam ser mantidos na escuridão quase completa. Alguns empregados novos chegam ao lugar e coisa estranhas começam a acontecer. Belo filme hein, uma homenagem aos grandes filmes de horror góticos, principalmente os sobre casas mal-assombradas. Bem assustador sem pirotecnias, o que é bom pra lembrar aos diretores americanos que um filme não precisa da ILM pra assustar alguém. O fim, apesar de lembrar uma outra película que fez sucesso a algum tempo, não perde força nem diminui o filme.



E o Abismo de um sonho, segundo filme do Fellini, que está sendo relançado pelo grupo estação. A sala estava lotada na sessão em que eu assisti e na que veio a seguir, será que eles se empolgam pra trazer o resto? De qualquer maneira também é um ótimo filme, engraçadíssimo. Pra compensar estão exibindo um curta muito ruim antes, o "coisinha mais bonitinha do pai" ou qualquer outro nome. Não lembro, de fato. Só lembro que é muito ruim... e grande. Se atrasem uns 15 minutos que não vão perder nada.

segunda-feira, novembro 19, 2001

Pato de Borracha de volta na área! Já estava na hora...



Já que estamos falando sobre a postura política dos quadrinhos mainstream, a DC botou no ar um hotsite sobre o Dark Knight Strikes Back 2 com direito a rascunhos e tudo mais. Quem conhece o Frank Miller sabe o que está vindo por aí deve ser político acima de qualquer coisa (como era a primeira série). Só a cor que me parece meio esquisita, é o primeiro trabalho com computadores da colorista Lynn Varley e pelo menos a capa tá bem estranha. Esperemos.



A nova direção da Marvel, liderada pelo editor Joe Quesada vem dando um gás na indústria dos quadrinhos mainstream, com projetos inovadores e arriscados como os Novos X-men e a linhas de quadrinhos adultos Marvel Knights e Max. Dentro dessa nova postura empresarial foi acordado que o universo Marvel não iria ignorar os acontecimentos de 11 de setembro, mostrando como os heróis iriam reagir a essa nova ordem mundial que surgiu depois do atentado. Nessa semana saiu a edição de Homem-Aranha que está sendo considerada a declaração oficial da Marvel sobre o assunto. Como é de praxe foram liberadas as 4 primeiras páginas da edição como um teaser. O problema é que na leitura dessa míseras 4 páginas você já pode perceber o tom de voz que a revista está usando e, peregrino, não é um tom nada bonito.

O texto é extremamente simplista e parece seguir a linha de raciocínio de qualquer Novaiorquinho na manhã fatítica: Os que sequestraram os aviões são loucos (e não fundamentalistas) e fizeram um ato que NUNCA pode ser perdoado. E isso é uma coisa muito perigosa, ainda mais em um veículo que vai definir as opiniões de muitas crianças e pré-adolescentes no país e quem sabe mesmo dos adultos mais lesados que lerem a revista. Esse tipo de atitude corajosa devia promover uma reflexão um pouquinho mais aprofundada, whatever. Mas pô, eu só li 4 páginas da revista, quem sabe a linha de pensamento ia mudando ao longo da história? Ou não? Bom, tirem suas próprias conclusões, as imagens estão aqui.

quarta-feira, novembro 14, 2001



Quer ter um desse no teu site? Copia aí:


Tem outros aqui.

terça-feira, novembro 13, 2001

A editora Conrad está mandando bem lançando no Brasil a coleção Baderna, que compreende vários volumes revoltados como o TAZ do Hakim Bey. Comprae se quiser, se não quiser baixa o texto integral aqui.

A primeira regra que você tem que aprender quando se fala de Takeshi Kitano é a seguinte: Ignore as traduções dos títulos e capas das versões brasileiras de seus filmes. Se você não prestar atenção pode achar que se trata de qualquer filme de ação nipônico mas a verdade é que por debaixo das capas cheias de mau gosto e dos títulos estapafurdios se esconde quem mui provavelmente é o melhor diretor japonês do momento. Tio Takeshi é um rapaz baixo, que anda esquisito, tem uma cicatriz no lado esquerdo do rosto e um tique nervoso resultante de um acidente motociclistico. Esse tipinho esquisito é responsável por umas pérolas como Hana-Bi (fogos de artifício), Kikujiro (verão feliz) e outros filmes sensíveis (mesmo envolvendo yakusas na maior parte do tempo) e muito bem feitos. No Brasil está saindo em DVD e VHS o seu último trabalho, Brother, que apesar de não ser tão bom quanto esses dois que eu mencionei continua sendo BEM bom e merecia mais respeito da distribuição. No Rio por exemplo, Brother ficou uma semana no cinema, em algum lugar longuínquo de Miami, quer dizer, da Barra da Tijuca. Pelo menos saiu em DVD, oque ja é muito bom. O título em português ficou: Brother - A Máfia Japonesa "Yakusa" em Los Angeles. Culpa dessa merda dessa mania de tentar explicar o filme inteiro no título.
Responda rápido: Quem ganhou a última eleição presidencial dos EUA? Bush? Nananinanããão...

domingo, novembro 11, 2001

Tom Leão, colunista do jornal O Globo, colocou na última edição do Rio Fazine a pérola: Strokes, apesar dos anúncios no ponto de ônibus, AINDA é legal. Ou seja, se uma banda/artista/movimento pretensamente alternativo/underground/cult cai no mainstream ele automáticamente vira uma coisa horrível, que deve ser evitada a todo custo. Prestaram atenção indies? Se vocês gostarem de alguma coisa que aparece fora da indie-mídia vão ser expulsos de sua sociedade secreta e proibidos de usar all-stars ou de dançar olhando pro chão, presta atenção hein!

Pra quem não sabe o Strokes é a nova banda que vai salvar o rock com testosterona de acordo com o resto do mundo. Pra mim é só MAIS UMA banda que soa como o inatingível Velvet, mas eu sou muito chato, vocês sabem. Blé.

sexta-feira, novembro 09, 2001

Gosta da operação Liberdade Duradoura? Que tal colecionar os cards?

quarta-feira, novembro 07, 2001


Click here to find out what robot you really are
Nova parada no pedaço! Agora se você olhar embaixo do formulário de deixe seu recado você vai ver um campo para enviar seu mail e entrar na seleta TTSPAM, a lista de Spam da minha digníssima pessoa. Assim você pode ficar antenado com todas as besteiras que eu coloco aqui. Cortesia da Notify List.

terça-feira, novembro 06, 2001




O Jujuba Preta chutando o pau da barraca!

segunda-feira, novembro 05, 2001

16 mil visitas nessa birosca no mês de outubro. Obrigado pela preferência hein, a diretoria agradece.
Impressões após um fim-de-semana chuvoso:

I. A nova montagem de Engraçadinha que acontece no CCBB é 50% boa. Explico. A adaptação do romance foi dividida em duas peças distintas, dirigidas por pessoas distintas e com atores distintos. A primeira é boa, inclusive com uma solução bem legal pra criar um 'narrador' dentro da peça e conseguir com isso manter as observações de Nelson no romance. A segunda eu achei fraca em vários sentidos. Pelo menos Nelson Rodrigues é sempre Nelson Rodrigues, e uma montagem legalzinha por derreau em um teatro bom vale muito a pena.

II. Vi o Réquiem para um sonho e não gostei. Tudo é uma beleza: a direção, a narrativa, fografia, som, tudo direitinho. Só a história que não me apeteceu. 4 fracassados vão se destruindo na sua relação com drogas, cada vez mais e mais até um ápice de destruição que culmina com o fim do filme. Achei entre outras coisas, moralista. Mas esse menino tem jeito pra coisa, esse filme é uma evolução muito grande a partir do Pi, o primeiro filme do diretor, infelizmente o problema é o mesmo: uma história desinteressante.

III. Pela primeira vez assisti uma animação do cultuado Bill Plympton (I Married a Strange Person, antes eu só conhecia a vinheta da MTV) e achei boa. Nada genial, mas bom sem dúvida. Como um comentário no verso da fita dizia "It's like Tex Avery on acid.". Verdade.

IV. A CAVIDEO na cobal do Humaitá aqui no Rio de Janeiro é até aonde eu sei o único lugar aonde você pode alugar vários filmes da época áurea de Paul Morrisey, rapaz que dirigia algumas produções altamente subversivas apresentadas por Andy Warhol e estreladas pelo ex-michê Joe Dallesandro. Todas são muito boas e divertidíssimas. A locadora também tem um acervo legal de produções que ainda não estrearam por aqui, infelizmente poucos em DVD. Eles também tem o maior poster do Veludo Azul que eu já vi.

V. E é isso aí.

quinta-feira, novembro 01, 2001

Só mais um link: The Invisible Library, site com todos os livros imaginários que já apareceram. Essencial pra fãs do Lovecraft e do Borges. Tem até "O Manual do Escoteiro Mirim" do Huguinho, Zezinho e Luizinho, peregrino!
Pensando em comprar um presente praquele pequeno satanista que você tem em casa? Que tal um boneco de pelúcia do Grande Cthulhu ?



Ah, quer dizer que ele já está bem grandinho pra bonecos? Sem problema! Dê a ele esse adesivo de para choque!



Os dois são derivados da obra do rapaz que junto com o Poe é considerado o criador do horror moderno: H.P.Lovecraft. Não se assuste pela orda nerd que cultua o cara, ao contrário do Tolkien (que também tem um culto assustador) esse sim é um escritor de verdade. Estão saindo uns livros novos dele no brasil depois de 80 anos, quem ver por aí e não comprar é feio, bobo e tem cabeça de Deep One.

CTHULHU FTANG!
Não é impressionante como que todo míssil americano desgovernado acabe caindo sem querer em um hospital? Esses afegãos são azarados mesmo.

quarta-feira, outubro 31, 2001

Pedro Doria da NO passa a notícia: A imprensa americana tem o resultado da recontagem dos votos da eleição presidencial americana, e decidiu nao revelar os dados até a situação no país se acalmar. Claro que essa declaração já dá a resposta, não é mesmo?
1,197 acessos ontem, uhu! A campanha Bobo Alegre caminhando para a dominação mundial!



Pra botar esse selo no seu site, siga as instruções daqui bicho. Fight da maaaan!

terça-feira, outubro 30, 2001

Hoje vi pela primeira vez no meu trajeto casa-trabalho o adesivo automotivo "Bonde do Osama". Neguinho tá ficando cada vez mais rápido.
Celacanto provoca marremoto. Eu já meio que sabia dessa história, mais o compadre indica um texto que explica o fênomeno tim-tim por tim-tim.

segunda-feira, outubro 29, 2001

Responda rápido: Quem é a Fernanda Lima e quem é a Daniela Mercury fantasiada de Fernanda Lima?

sexta-feira, outubro 26, 2001




Li um troço muito bom do espanhol Daniel Torres, um quadrinista excepcional que fez sucesso nos anos 80. Comprei um paperback antigo que tinha saido pela abril, o "Opium" que superou minhas espectativas. Opium é um vilão maquiavélico em uma cidade de habitantes apáticos que só obedecem a TV, que é representada por seu âncora televisivo e herói nacional: Rubem Plata. Uma crítica a sociedade moderna engraçada, bem escrita e desenhada. A imagem não é da série, mas é do Torrez. Alias, o cara tem um site oficial, clica aqui.
Alan Moore fala sobre o From Hell:

A well-known semi-recluse in the comics, and now entertainment industry, Moore said while he’s not too keen on going to the film’s U.K. premiere, he may just have to. “If left to my own devices, I’d probably wait until it comes out on video, because don’t go to the cinema, and I’m really busy,” Moore said. “But, me daughters, if there is a premiere over here, they’ve kind of badgered me, so I’m more or less compelled to actually take them to it. Other than that, I can wait a few months until it’s out on video.

Ele falou outras coisas também, mas essa foi a melhor eu acho. Moore como um rapaz inteligente também deixou claro que entende completamente que o filme é uma obra separada do seu quadrinho e que ele não tem muito a ver com seu resultado final, o que é ótimo. E disse que ia ficar feliz com o sucesso do filme porque isso provavelmente alavancaria o calhamaço de 1000 página que é o trade paperback do From Hell original. E é o que está acontecendo...

On a sadder note, outro dia eu li uma crítica descendo o pau no filme, acusando de ser mais um daqueles arrasa quarteirões que glorificam a violência, etc, etc, etc. Ou seja, vai na a direção oposta da HQ. Na mesma crítica o jornalista apontava alguns trechos de entrevistas dos diretorea aonde eles deixavam claro que suas únicas resalvas ao filme eram a de não terem podido usar mais sangue e detalhes mórdibos nos assassinatos e que o maior orgulho dos dois eram suas reconstituições das cenas do crime e os bonecos perfeitos que foram produzidos para as cenas em que as prostitutas apareciam mortas. Lindo hein?
Aê, várias adesões ao movimento "O Brasil não é um bobo alegre!" ! Valeu pessoa!

quinta-feira, outubro 25, 2001


quarta-feira, outubro 24, 2001




De acordo com cientistas malasianos o rapaz aí em cima, apelidado pelos americanos de Mr. Magnet não possui poderes magnéticos. Apesar de poder segurar até 30 kilos de metal colados em sua pele, testes parecem revelar que na verdade a pele do sujeito tem um poder de sucção fortíssimo, coisa que faz com que fique fácil colar objetos. Tipo, um chiclete mastigado humano. O neto do Mr. Magnet também faz a mesma coisa, como eu já havia relatado aqui a uns dias. A matéria em inglês tá aqui.

segunda-feira, outubro 22, 2001

Chat com Davi Lins, bem aqui. Fala sobre seu último trabalho genial, o Mulholland Drive. Dica da Juju.

Ontem revi o "Cowboys do Espaço" dirigido e protagonizado pelo Clint, o Rei. Bicho, se eu chegar aos 70 anos tão bem conservado como ele não quero mais nada da minha senilidade. O maluco tem pacto com o tinhoso.

terça-feira, outubro 16, 2001

Digam o que quiser do Copperfield, mas o que acontece é que ele realmente adivinhou o resultado da loteria desse sábado. O moço lavrou em cartório sua previsão a três meses atrás e deixou o documento fechado em um cofre até hoje. Taqui a notícia.

quinta-feira, outubro 11, 2001

Terceira Frase do Dia:

"Se há prejuízo para esses estudantes, ele foi criado pelos professores que permitiram que eles ficassem sem aula."
Vilhena, Reitor não-eleito da UFRJ, sobre a greve dos professores que já dura alguns meses.

Realmente. É um absurdo os professores fazerem greve. Tão absurdo mesmo que a greve foi declarada ilegal e os salários dos mesmos suspensos até segunda ordem. Porque, fala sério, que história é essa de pedir aumento? E o aumento que vocês ganharam a 9 anos atrás, não conta? O povo brasileiro não tem memória mesmo hein! E que droga é essa de reclamar que o governo tirou os 26% de aumento que vocês ganharam na última greve? Po, usem os outros 74% do seus salários caramba! Povinho chato esses professores hein? E daí que o salário de vocês é patético? Pensem nos estudantes! Cadê o espírito cívico?!?
Segunda Frase do Dia:

"Sua mensagem é estúpida. O Iraque não tem medo de vocês ou de qualquer outro, quando tem um direito a exigir. O assunto sobre o qual vocês nos alertaram não está na agenda iraquiana"
Mohammed Aldouri, representante do Iraque na ONU, sobre as ameaças americanas ao Iraque.

Ninguém pode falar que esse pessoal não tem culhão. Tem que respeitar, bicho.



Primeira Frase do Dia:

"- Qualquer pessoa neste país sabe que os Estados Unidos não atacam civis."
Donald Rumsfeld, secretário de defesa americano, respondendo a declaração Talibã que acusava os ataques de terem matado 300 civis até agora.

Como diria o saudoso Didi Mocó Sonrisal Colesterol Mufumo (o verdadeiro foi morto e substituido por um clone sem graça que assombra os fims de semana da Globo) : - CUMA?

An... Hiroshima? Nagasaki? Vietnan? Sudão? Alguém? Alguém? Na foto aí em cima, a colorida mostra a menina de 9 anos já crescida. Atenção as marcas no Napalm.
Saldo final do festival: 15 filmes. Férias de cinema agora. E eu nunca mais vou comer aqueles pães de queijo do estação. Urgh.

terça-feira, outubro 09, 2001




Fechando o Festival com chave de ouro, o Mullholand Drive foi um assombro. Valeu 40 minutos de engarrafamento, 20 procurando uma vaga e 5 de tensão esperando para ver se o bilheteiro ia perceber que eu havia cometido uma burrada e comprado um bilhete pra sessão anterior (ele não percebeu, São Davi é forte). Como eu já tinha ouvido falar, o filme é uma repetição de tudo que o Davi já fez, e pasmem, consegue ser absolutamente genial na repetição. A única coisa inédita é o lesbianismo, todos os outros "director's trademarks" estão lá: as cortinas, um "brown lodge" semelhante ao "black lodge" do Twin peaks, as fumaças, a percepção distorcida do tempo, os personagens bizarros e as situações inexplicáveis. Até mesmo Michael J. Anderson, o "little man from another place" de Twin Peaks faz uma aparição como o apavorante Mr. Roque. Só pra confirmar a minha crença de que o Davi Lins é um dos maiores diretores de cinema vivos.

O filme tem site oficial, e o site do Davi parece que está deslanchando depois de meses de espera...
- Já vivemos uma grande desordem. O que mais o mundo quer de nós? Joguem uma bomba atômica e nos aniquilem em vez de nos matar gradualmente sob a justificativa de que se trata de uma operação contra o terrorismo .

Cidadão Afegão, ontem.

segunda-feira, outubro 08, 2001




Way to go, americanos malditos. Olho por olho, dente por dente não é? Que bonito.



E na reta final...

Dias de Nietzsche em Turim, do Julio Bressane é bem bom (é desse filme a foto principal do cartaz que eu fiz pra contracampo e apresentei aqui a uns dias.), o filme inteiro é narrado em off, com algumas músicas do próprio bigodudo e umas cenas clássicas da mitologia que se formou sobre ele. No final temos algumas cenas reais bem assustadoras do Nietzsche de verdade, já louco e internado. Deve entrar em cartaz...

Desejo Insaciável, da Claire Denis também é muito bom. Conta a história de um casal que é usado de cobaia em umas experiências científicas e desenvolvem tendências canibais. Já tinha visto outro filme da diretora no último festival e gostado bastante (o Bom Trabalho) e gostei ainda mais desse. As cenas de canibalismo são ótimas, deixam você incomodado mesmo. E se você só está afim de ver por causa da trilha sonora do Tindersticks, pode ir tirando o cavalinho da chuva, eles só fizeram duas músicas pro filme. Que alias são bem boas também e se encaixam como uma luva.

O amor segundo Godard, do (dã!) Godard é uma belezinha. Também deve estrear, mas eu vi assim mesmo, e valeu a pena. Lindo filme, dividido em duas partes distintas: a primeira filmada em um dos P&Bs mais bonitos do cinema e a segunda em vídeo digital com cores belamente estouradas, bonito mesmo. Não se deixe enganar pelo cartaz brega pra caceta do filme, pode ir com fé. O discurso anti-americano é perfeito pra conjuntura atual.

e mais o Va Savoir, do Rivette que é uma comédia romântica (se é que você pode usar esse termo sem lembrar da Meg Ryan) muito simpática e espertinha.

Nesse exato momento estou meio enjoado de ir ao cinema. Hoje a mostra acaba, com a exibição do filme que eu venho aguardando mais desde seu início, o Mulholland Drive do Lynch. E depois disso acho que vou ficar sem ir no cinema por um mês. Por que minha coluna já está indo pro espaço com as caderas desconfortáveis do estação e meu estômago indo pra vala com todos os mais variados tipos de Junk Food que estou sendo forçado a ingerir. Sem falar no meu bolso, que também foi avariado com essa maratona de filmes. Ao invés de ficarem fazendo imãzinhos pra distribuir na entrada de algumas sessões eles podiam muito bem diminuir o preço da entrada. Lembra quando os filmes do festival custavam 5 bagarotes? Boi zé....

sexta-feira, outubro 05, 2001




Minhas ameaças a produção do festival do rio funcionaram e parece que segunda feira eles vão exibir o Mulholand Drive como combinado antes do filme ficar preso na alfândega. Se eu fosse você comprava rápido, porque parece que depois disso aí só na repescagem do festival ou quando ele for lançado daqui a uns 3 anos. Eu já comprei via o maldito ingresso.com.br, que não dá reembolso se eles mudarem a sessão. Tem que tentar a sorte mesmo, mas o Davi Lins vale.
Nicholas de volta no non-linear...
Caraca. Eu tenho muita pena dessa gente. Sem mais.
Comecei o dia muito mal, confirmando duas presenças na minha lista de "pessoas que eu mataria sem culpa". Uma já estava a tempos, outra estava na fila de entrada, agora as duas ocupam o primeiro lugar. O casal 20 da medíocridade na internet.
Onte foi o dia da família Argento no Festival:

Diva Escarlate, da Asia Argento (a filha) é legal, um dos filmes mais doentes e esculhambados que eu já vi. Dá pra rir o filme inteiro, de cabo a rabo, bicho. E pra quem está interessado em ver a Argento filha como veio ao mundo pode ir feliz, a protagonista-diretora se acha muito gostosa e aparece nua de cinco em cinco minutos.



O Insônia, do Dario Argento (o pai) é bom também. Sobre a história eu ainda não tenho uma opinião formada. Se era pra ser esculhambado mesmo, como o filme da filha, eu acho genial. Se era pra ser sério virou uma comédia involuntária. De qualquer maneira o Argentão filma como o diabo, a cena da perseguição do trem é um primor, entre outras... Pra quem se amarra num gore (eu não) é um prato cheio: são várias cenas de assassinato das mais escabrosas. Assista o filme bicho e faça bastante força pra ignorar a trilha sonora muito podrona (mas que funciona) e a dublagem em inglês que transforma vários diálogos sérios em comédia no nível do grande Didi Mocó.

quinta-feira, outubro 04, 2001




Ghost World: Legalzinho, legalzinho, podia ser melhor... O roteiro do Daniel Clowes (que pra quem não sabe foi o quadrinista que fez a hq que originou o filme) é bem parecido com suas hqs, em tudo que isso tem de bom e ruim. Estão lá os personagens disfuncionais e o desfile de figurinhas bizarras, mas também estão algumas cenas meio pelinhas e uma conclusão besta pra história toda. Um exemplo dessas cenas pelinhas são as que se passam durante a aula de artes na escola, que apesar de terem algumas tiradas muito boas possuem todo um "recalque de cartunista que não é reconhecido como artista de verdade". Alguns personagens também são esquecidos pelo caminho, mas nada que doa muito na vista. A direção de arte está bem legal, criando um tempo imaginário que parece uma mistura dos anos 90 com os 60 e enchendo o filme de pequenas referências quadrinisticas o tempo inteiro e a trilha sonora também está boa, indo na contramão de todo filme de temática adolescente já feito. O rock indiano da abertura é especialmente genial. As atuações também estão no capricho, a protagonista manda muito bem e o Steve Buscemi que já nasceu com a cara de um desenho do Clowes está perfeito.

É o primeiro filme de ficção do diretor, que já havia produzido o ótimo documentário sobre o Crumb. Resta esperar e ver se o moçoilo (que não é nem tão moçoilo assim nos seus 53 anos) se aperfeiçoa com o tempo, porque ele tem um potencial bicho, isso tem.

Pra fechar, tem o site do filme, que tem uns troços bem sacados como mini documentários fake com o Steve Buscemi e com o ator que faz Doug, o maluco da loja de conveniência.
Morre o Dr. John Lilly...

terça-feira, outubro 02, 2001

Olha, igualzinho ao avô!
Entrevista com Davi Lins no JB...
Na falta do Mulholland, ontem eu fui ver o História Real no cinema, antes só tinha visto no DVD. Como todos os filmes do Davi Lins esse é uma pérola. Só mudou o tom, ele saiu um pouco da neurose e obsessão de seus filmes anteriores e fez uma obra calma, tranquila e triste sobre um velhinho que atravessa um estado num cortador de grama para visitar seu irmão que não vê a anos e que acabou de ter um infarto. Viva Davi Lins e viva o Badalamenti pela trilha sonora fantástica. Só não dá pra entender porque esse filme está na geladeira a anos, apesar de já ter legendas em português e tudo.
O Davi Lins sempre gostou de trabalhar para a TV e tinha planos de fazer uma nova série, como já tinha feito o maravilhoso Twin Peaks e a ótima mas de vida curta "Hotel Room". Então ele conseguiu convencer uns produtores televisivos a bancar sua nova empreitada, Mulholland Drive. Conseguiu produzir um piloto, a rede de TV achou bizarro demais e engavetou. Davi Lins conseguiu a duras penas um patrocínio do sempre solícito canal + e transformou o piloto da série em um longa a ser exibido nos cinemas. Esse longa foi pra Cannes e arrebatou o prêmio de melhor direção. Agora, o festival do rio tinha prometido o filme e até hoje o dito cujo está preso na alfândega. Foi cancelado das duas seções para quando estava programado e só resta uma, segunda que vem. No globo de hoje um pelassaco da direção do festival está falando algo como "calma, calma, o filme vai chegar sim". Só digo uma coisa: Se não chegar meu filho, é bom você se esconder embaixo da cama por um bom tempo porque eu vou te caçar como um cão, está me ouvindo? COMO UM CÃO!

Droga.
A Trailervision está voltando aos velhos tempos com seu novo Kung Fu Jesus. Fica pau a pau com os melhores, como o Porquoi?, Jesus 2000, The man with no head e wimp club.

segunda-feira, outubro 01, 2001




Se você ver um desses na mostra, fui em que fiz, bicho.



Até agora Mulholland Drive ainda não foi liberado. É muita perseguição ao pobre do Davi Lins. Caceta.

'R xmas, de Abel Ferrara.
Drama sobre casal de Dominicanos traficante em Nova York. Não achei lá grandes coisas, pra falar a verdade. Tem uma ou outra coisa interessante, mas no geral achei meio esquisito.

Millenium Mambo, de Hou Hsiao-hsien
O melhor até agora. Belo filme, com fotografia e trilha sonora a altura. Vale muito a pena ir até a Barra pra ver as próximas sessões, já que o diretor não teve nenhum de seus filmes anteriores lançados comercialmente no Brasil.

Battle Royale
O filme mais esquisito do festival por enquanto. Um survivor do Joselito, aonde estudantes são jogados em uma ilha e tem que se matar para conseguir vencer o jogo. Tem umas coisas bem engraçadas e o Takeshi Kitano que eh sempre bom. Mas o final é extremamente pelassaco e a direção é mei bagaceira. Tinha potencial...

Beatrice e o Monstro, do Hal Hartley.
O Hal Hartley, como o Kevin Smith, é um daqueles diretores que começaram bem e foram decaindo em progressão geométrica. Texto risível e boboca, referências fáceis, direção sem tesão, um filme bunda mole do começo ao fim. E olha que o cara é o rei dos hypados. Concordo em gênero número e grau com a Juju.

sábado, setembro 29, 2001

Juju está de volta ao mundo maravilhoso dos blog. E volta me apoiando e fazendo uma careta pro Vingador Tóxico.
Façam um favor a vocês mesmos e não assistam ao Vingador Tóxico na mostra Rio. Ruim até como filme trash. Sem graça, violência besta e sem sentido, tudo uma bobeira sem fim. Falam de subversão. Subversão é o John Waters no seus filmes antigos, até mesmo no Cecil B. Demented ele manda muito melhor que essa merda ae. Vão fazer alguma coisa mais útil, tipo dormir ou assistir o programa do João Kleber.

quinta-feira, setembro 27, 2001

O Festival de Cinema do Rio começa hoje e como um bom bloggeiro arrogante e pretensioso eu vou colocar aqui os filmes que eu achei bons e que recomendaria para amigos. Não tenho (nem nunca tive) nenhuma pretensão de realizar o trabalho de um crítico e tudo que eu já disse sobre alguma obra por aqui foi a minha opinião pessoal. Mesmo porque isso aqui é um site pessoal e é quase minha obrigação de escrever nessa desgraça tudo o que eu quiser, sem pensar se alguém vai gostar ou não. Isso é agressivo? Egocêntrico? Autista? Não meu filho, é o mundo maravilhoso da web, aonde você só vai aonde quiser. Saca? É o Narrowcasting, palavra que meu amigo Nicholas me ensinou. Meu público que 4 leitores fiéis deve entender o que eu estou querendo dizer. São as recomendações que eu faria pra um amigo que pedisse minha opinião. Eu sei que vocês não pediram e a grande maioria nem se interessa pelo que eu vou dizer aqui, mas como eu já disse...

Uma História real e Mulholland Drive, de David Lynch.
O primeiro é o primeiro filme do diretor a ser distruibído pela Disney e trata de uma história doce e triste de um velhinho que viaja em um cortador de grama para visitar o irmão doente. O segundo ganhou melhor direção em Cannes ainda esse ano e como o primeiro deve ficar anos na geladeira antes de estrear por aqui.

Apocalipse Now Redux, do Coppolla
Assistam porque esse não vai sair no cinema por causa das singelas 4 horas de projeção. Levem uma fralda geriátrica se não quiser sair pra ir ao banheiro.

Le Pornographe, de Bertrand Bonello
História de um velho diretor de filmes pornôs, que entra em crise com seu filho e sua vida. Bem legal, feito por um cara novo no ramo que pelo visto manda bem. Contém cenas de sexo explícito, não leve sua avó pra assistir.

A medida que eu for vendo mais coisa vou escrevendo aqui. Outras dicas:

1- Prefira assistir filmes com legenda eletrônica, filmes já legendados em português geralmente são lançados em circuito pouco depois do festival enquanto os outros podem passar anos na geladeira e se bobear sairem direto em vídeo

2 - O Ingresso.com.br está vendendo antecipado os ingressos de algumas sessões, bom se você quer mesmo ver um filme. Só presta antenção porque os horários do festival podem mudar e eles NÃO dão reembolso se isso acontecer.

3 - Cuidado com a horda de mongóis que invade os festivais. Estou falando daquela galera que aparentemente nunca foi num cinema da vida e teima em comentar cada cena do filme dentro da sala de projeção e dá gargalhadas de 5 em 5 minutos, mesmo se o filme for uma tragédia grega.

4 - A contracampo, que é uma revista de cinema formada por gente que leva o assunto a sério como pouca gente no Brasil hoje em dia, está fazendo uma cobertura ótima no site deles, se quiser uma opinião mais confiável que a minha, olhem o site que vale a pena.

terça-feira, setembro 25, 2001

Toma aí uns comerciais japoneses esquisitos.

segunda-feira, setembro 24, 2001

Entrevistas com os cumpadis Elesbão e Haroldinho no JB, leia aqui!

quinta-feira, setembro 20, 2001

No Newsarama alguns comentários dos autores pensantes que fazem quadrinhos, como o Tio Eisner e o Grant Morrison, que faz um comentário interessante.
A crítica ao filminho perverso que atende pela graça de AI gerou uma nota no Jackie Miller e uma resposta de Rodolfo Rodrigues, da Rudwolf Black Design.

quarta-feira, setembro 19, 2001




A.I. é o filme mais perverso dessa temporada nos cinemas. Não é ruim no sentido de ser um filme ruim, é ruim no sentido de ser mau, diabólico, angustiante. Dá muita pena do Kubrick que deve estar se revirando na tumba ao ter seu nome associado a esse aborto da natureza. Vamos direto aos fatos, porque penso que esse post será bem grande. E já vou avisando que vou revelar várias cenas do filme aqui, então se você não viu, teje avisado peregrino!

David, do you wanna play a game of chess?
O menino robô David, como vocês já devem saber, é o protagonista dessa história. É o primeiro de uma série de robôs que supostamente podem ter sentimentos (coisa que não é bem explicada, já que todos os outros Mecas do filme parecem agir como seres humanos, só um pouco menos creepy do que o David) e é enviado a uma família que tem o filho em coma prum betatest. É o personagem que o público devia amar durante o filme, mas o moleque na verdade é um sociopata perigoso que precisa de amor incondicional, extremamente egoísta e violento quando contrariado. Eu estava pensando que fosse um personagem feito para ser odiado mas quando percebi que o cinema todo se identificava com o pequeno monstro eu realmente fiquei preocupado. A cena em que ele mata violentamente um outro robô com o mesmo rosto é impressionante. Como que as pessoas conseguem amar esse troço? E o pior, como o diretor consegue ama-lo e muito provavelmente se projetar ali? Ao meu ver a única explicação é o fato do protagonista ser um bacuri bonitinho. O que é muito preocupante, porque no fim o que conta é o aspecto externo da coisa. Tenha medo, tenha muito medo.

"Sorry I didn't told you about the world."
A.I. é um elogio do escapismo, da vitória da fantasia sobre a realidade. O "mundo de verdade" do Spielberg é um lugar horrível, aonde todos conspiram contra o protagonista inocente por ele ser "sensível", uma vítima de um mundo cruel. David se realiza quando consegue sua mãe lhe amando incondicionalmente por um dia, "um dia perfeito, sem seu pai e seu irmão", mesmo que seja fantasia. É esse dia de fantasia que faz David se tornar um menino de verdade, no seu autismo.

Roteiro, que roteiro?
Quando o Spielberg fala que estava a anos sem escrever e voltou só para fazer o roteiro do A.I., você pode acreditar nele. O roteiro parece ter sido escrito por uma criança. Personagens somem e aparecem sem explicação, com personalidades que mudam o tempo inteiro e que se calam por horas e voltam a falar subitamente, . Váááárias soluções Deus Ex Machina, paradoxos científicos (um robô que morre se comer, mas que pode ficar embaixo d'agua por horas?) e uma infantilidade tremenda. O final dispensa comentários, por favor.

O texto inteligente de Spielberg
Em entrevistas recenetes o diretor tinha mandado que "tinha tocado em assuntos muito barra-pesada nesse filme" incluindo coisas sobre sexualidade muito sérias. Caceta. O que é uma coisa séria sobre sexualidade pro Spielberg? Um robô gigolo? Rouge City com suas metáforas sexuais infantilóides, como os túneis em forma de boca feminina? Meu Deus.

Auto-referências, Simbolos e tudo mais
Spielberg, se achando um diretor inteligente e cheio das sacadas resolveu inventar um monte de referências nesse filme, a maior delas sobre sua própria obra. A conclusão que chegamos é que o cara se acha um mito do cinema. Não acredita? Pois bem, peguemos por exemplo "Contatos Imediatos do Terceiro Grau". No momento eu consigo lembrar de: a luz do balão em forma de lua surgido atrás do morro por detrás do Gigilo Joe, David saindo desfocado de dentro do elevador em sua primeira aparição e os aliens do final. Spielberg também quis ir mais além e se utilizar de simbologia nesse filme. Os resultados são novamente, infantis. Se você prestar atenção por exemplo, em quase toda a metade do filme e um pouco no final, a cada momento que David é focalizado um lustre, uma peça de decoração ou de mobília atrás de sua cabeça dá a impressão de uma auréola na cabeça do pirralho. Óbvio e bobo como poucas coisas podem ser.

O Aspecto Formal
Não existe a mínima coesão formal no filme. O mundo claramente inspirado em "2001" da primeira parte se transforma em uma mistura de Mad Max e Blade Runner na segunda e na terceira. Todos os elementos do filme são dispersos e completamente destacados, as peças técnológicas mudam bizarramente de estilo de acordo com a atmosfera que se quer criar e algumas coisas parecem estar ali só para poder mostrar como a IML pode fazer efeitos especiais interessantes. Algumas coisas são tão alienígenas no meio do filme que doem na vista, como o Balão-lua e os motoqueiros saídos de Tron.

Violinos, por favor
A trilha sonora fede. Fede como poucas coisas no mundo.

E é isso. Pra mim o Spielberg devia ser queimado em uma estaca ou enviado para uma temporada em um hospício. O cara é um perigo para a sociedade. Gravemos na memória os filmes bons que ele fez, como os Indiana Jones e... bem, como os Indiana Jones. E tenha mais medo ainda, o próximo projeto dele é "Minority Report", baseado em um conto de Philip K. Dick. Preparem-se pra mais uma destruição do trabalho do que pode ser o melhor escritor de Ficção científica do mundo.

Quer mais? Lê a crítica do Ruy na Contracampo, principalmente o último parágrafo.

terça-feira, setembro 18, 2001

No Museu Nacional de Belas Artes está rolando a exposição Geração Digital que tem muito pouco de digital e apresenta trabalhos de artistas novos no pedaço. Algumas coisas boas, outras nem tanto e umas poucas bem ruins. Entre as boas (sem puxar a brasa pra sardinha dos meus amigos) confiram as obras do Elesbão e do Haroldinho, da Nina Gaul e do Nobu. Elas estão entre as melhores, sem jabá.
Porque o governo americano é covarde ao ponto de inventar uma história ridícula sobre os passageiros do quarto avião sequestrado terem lutado com os terroristas e derrubado o avião ao invés de assumir que ele foi abatido pela força aérea do país? É um ato compreensível, afinal a porcaria do avião não iria atingir algum local habitado e causar mais mortes? Não foi mesmo a decisão certa? O Bush precisa tanto da aprovação popular que não pode ter nenhuma sujeira na sua imagem a partir de agora, mesmo que seja uma sujeira altamente aceitavel dentro da emergência que estava acontecendo.

Tá na hora de mudar de assunto, não é? Já vem um post diferente aê.

segunda-feira, setembro 17, 2001

Segura o Chomsky, amarra o Chomsky, segura o Chomsky, Chomsky, Chomsky, Chomsky, Chomsky. Leiam que o Chomsky é rei. E de acordo com fontes confiáveis, como eu já relatei nesse periódico internético, ele dancou essa músiquinha supracitada em sua visita ao Brasil, no Rio de Janeiro, Lapa, depois de muita cachaça. Então, tem melhor?
Olha. Eu achei que esse relato de um objeto estranho encontrado nas filmagens do impacto no world trade center fosse palhaçada conspiratória de segunda. Mas ao olhar as gravações da Fox, parece realmente que uma coisa passa ali atrás. Jato? Missíl? Disco voador? Façam suas apostas.

sexta-feira, setembro 14, 2001




Se vamos, vamos com estilo:

Then it’s war!
Then it’s war!
Gather the forces!
Harness the horses!
Then it’s war!

Freedonia’s going to war!
Each native son will grab a gun.
And run away to war!
Feet will beat along the street to…
War!

We’re going to war!
At last the country’s going to war
It seems the country’s going to war.
At last the country’s going to war.
We’re going to war!


A música, aqui.

quinta-feira, setembro 13, 2001

"This is not the war of democracy versus terror that the world will be asked to believe in the coming days. It is also about American missiles smashing into Palestinian homes and US helicopters firing missiles into a Lebanese ambulance in 1996 and American shells crashing into a village called Qana and about a Lebanese militia ­ paid and uniformed by America's Israeli ally ­ hacking and raping and murdering their way through refugee camps." And much more. Again, we have a choice: we may try to understand, or refuse to do so, contributing to the likelihood that much worse lies ahead.

Calvin One manda, texto do Noam Chomsky sobre o atentado. Essencial pra quem quer entender mais sobre os dois lados do problema. Se quiser ler a versão em inglês, que tem mais dois parágrafos, clica aqui.
É no mínimo nojento ver como os EUA estão anunciando a luta contra o terrorismo como a luta do "bem contra o mal". Todo mundo sabe que existe muito mais coisa envolvida nisso. Como o Saddam disse "Os EUA estão colhendo os espinhos de sua política internacional". No país que é a representação viva do bem sobre a terra 94% da população quer guerra (não se sabe contra quem, provavelmente contra o oriente médio inteiro porque eles acham que tudo por lá deve ser controlado pelo Saddam) e as comunidades islâmicas já estão sendo alvo de ameaças e de atiradores. Ontem a tarde o Estadão mostrou uma foto de uma pichação na poeira do WTC : "Kill Arabics". Coitados dos motoristas de taxi de NY.

Mas nada justifica aquele atentado, não me entendam errado.

quarta-feira, setembro 12, 2001

Provavelmente impulsionados por um medo terrível de chocar o público e consequentemente perder milhões de dólares a indústria do entretenimento americana e britânica está revendo qualquer material que contenha qualquer coisa que lembre de longe o atentado ao WTC. Na inglaterra o filme "A Senha (Swordfish)" foi retirado de cartaz, nos EUA o trailer do filme do aranhoso que mostrava as torres foi retirado do site, a produção do filme novo do Schawaza que começava com uma cena de um homem colocando explosivos em um arranha-céu está suspensa e o novo jogo da Eletronic Arts chamado Majestic está em observação.

Das duas uma: Ou qualquer obra que contenha uma leve referência ao terrorismo vai se tornar tabu ou o público vai ficar fascinado com os produtos do gênero e nós vamos ser inundados com milhões de filmes catástrofes e similares. Como o Jabor disse ontem no Globo, todo o povo da américa do norte tem essa relação de amor e ódio com o país meio esquisita.
E pra piorar a situação, os americanos já estão começando a plantar provas pra justificar uma reação. Fala sério, quem acredita que o terrorista ia deixar pra trás uma mala com um "manual de pilotagem em árabe" ?
Cristiano Dias, direto de Nova York manda um textinho certeiro sobre a visão distorcida sobre o atentado que o Bush está promovendo. Só pra lembrar que os EUA tem sim culpa no cartório. Nada que justifique o assassinato dessa quantidade assustadora de pessoas, óbvio.
A dois dias atrás eu estava falando aqui como que os noticiários pareciam cada vez mais com um filme ruim. Pois bem, o dia de ontem foi a confirmação máxima disso, todos os meios de comunicação do mundo inundados com imagens e sons completamente irreais. E eu pessoalmente acho que encarar todo o desastre e a morte de pelo menos 10 mil pessoas como um blockbuster, no seu aspecto de irrealidade, é o que impede as pessoas de enlouquecerem.

Ou não, pode ser pior. Talvez ver todo aquele mundo de pessoas morrendo de uma forma horrorosa pela tv já não tenha mais efeito, pelo menos não o efeito que deveria ter. 10 mil mortos pelo menos, civís e inocentes. Gente com família, amigos, sonhos, o pacote completo, se atirando de cabeça pelas janelas de dois dos edifícios mais altos do mundo ou morrendo queimadas, esmagadas, sufocadas ou esfaqueadas por terroristas dentro dos aviões cheios de passageiros que foram usados como bomba. Agora pela manhã os bombeiros que sobreviveram ao desabamento (260 morreram) relataram que ainda conseguem ouvir as vozes de pessoas soterradas gritando por socorro. Talvez o mundo já esteja todo anestesiado.

Os EUA com sua arrogância e prepotência, tentando ser o síndico do mundo mas sem assumir as responsabilidades, conseguiram se tornar alvo de um ódio mundial e consequentemente alvos do maior ataque terrorista da história que desfigurou a paisagem urbana mais conhecida do mundo e matou muita, muita gente. 10 mil, rapaz. Pensa só nisso: 10 MIL.

O que eu não daria pra não ser humano agora.

terça-feira, setembro 11, 2001

Diz aê. Só eu que sinto vergonha de ser gente nessas horas?



Foi um prazer conhecer todos vocês hein. Bom inverno nuclear pra todo mundo.

segunda-feira, setembro 10, 2001

O "Dom da Premonição" dirigido pelo Sam Raimi e em exibição nos cinemas desde a semana retrasada é uma bomba sem tamanho. O maior culpado na minha opinião é o Sr. Angelina Jolie, Billy Bob Thornton, que foi o responsável pelo vômito impresso que é o roteiro desse filme. A idéia é uma bem batida: Cartomante de cidadezinha americana cheia de white trashs tem sonhos que a levam ao responsável por um assassinato. Quantas veses você já viu isso? Mas até aí normal, Hollywood é a maior recicladora de idéias do mundo. O problema é que tudo na história é um lixo sem tamanho. O personagem principal é o pior, tendo que constantemente agir como uma imbecil pra história poder fluir ou então mudando rápidamente de personalidade, como todos os outros do filme. O personagem do maluquinho (personagem que o pseudo roteirista adora) tem umas cenas feitas cuidadosamente para chocar o público e causar aquela impressão de "Ah, como o pequeno Billy trata de temas tabus!", algo como o primeiro filme do Tim Roth, "Zona de Conflito". O final usa um dos clichês mais batidos e sem graça de toda história do cinema de horror ocidental, pra fechar com chave de ouro toda essa bobajada.

Tava revendo o Sam Raimi aqui e acho que cheguei a conclusão que o único filme dele que me diverte mesmo é o Darkman. E ele que vai dirigir o filme do aranhoso que estréia ano que vem. Sei lá, bicho.
Quem encontrar as duas luas marcianas desaparecidas favor entrar em contato com a NASA.

quinta-feira, setembro 06, 2001

O globo anuncia: Mudança em gene torna vírus da gripe mortal. É o que eu digo, os noticiários cada vez mais parecem saídos de filmes americanos de segunda.
Se você tiver 10 minutos, dê uma lida no texto integral do conto Memento Mori de Jonathan Nolan, irmão do diretor do "Amnésia" que óbviamente é baseado nele. O conto não é um Whodunnit como o filme e é muito, muito melhor. Mesmo.

O texto inteiro foi publicado na Folha a alguns dias e eu estou reproduzindo aqui.

quarta-feira, setembro 05, 2001

Continuando a série iniciada pelo Sérgio Dias, apresentamos um livro do senhor Suruba. Dica do Dadá.


Primeiro expliquemos o conceito de Whodunnit. Whodunnit é um filme, livro ou qualquer outra coisa aonde o espectador passa toda a duração do espetáculo tentando resolver um problema, que no caso clássico se resume a algo como "quem matou Odete Roitman?". Sacaram? Pois bem.

Memento (Amnésia) não é mais que isso, um Whodunnit com pinta de noir contado de trás pra frente. É um pouco modernoso, mas não tão afetado quanto o David Fincher e seus clones, bem feitinho, coisa e tal. Os problemas são algumas bobagens sobre a relação entre a realidade-fatos-memória que o protagonista desmemoriado fala (tipo, a realidade é a memória e não os fatos, sacam? "O mundo continua lá quando eu fecho os olhos", não continua, bicho! Ele só está la quando você abre os olhos. Mas passemos ao próximo ponto.) e o fato de ser um Whodunnit. O ponto fraco desse tipo de obra é o seguinte: Quando você descobre o segredo final a obra perde a graça. Se você reler o livro ou rever o filme nunca você vai ter o mesmo impacto, percebem? Também tem o lance do filme inteiro ser um jogo aonde o espectador luta contra o diretor querendo descobrir a solução antes do fim.

Vou te dizer, não achei ruim não, achei divertido, mas eu sou suspeito pra dar opinião sobre filmes policiais. O problema é que esse filme tinha um potencial bizarro, a idéia de um narrador que perde a memória de 10 em 10 minutos é muito boa e podia ter sido muito melhor aproveitada. E prum filme que trata dessa confusão mental da memória e do tempo a narrativa é completamente linear. Linear demais. E no fim acaba sendo somente isso: um whodunnit contado de trás pra frente, nada de mais.

Agora um ponto que merece ser discutido a parte. É impressionante a preguiça (ou incapacidade) mental dos que vão assistir esse filme e não entendem nada. Fala sério. É só um filme ao contrário, a história é explicada quase nos mínimos detalhes. Não entender alguma coisinha ou outra que ficou perdida é normal, mas não entender nada? Necas? Fala sério. Se você vai ver, sei lá, o Rei Lear do Godard e não entende eu acho normal. Mesmo porque eu mesmo não entendo. E é normal, eu não tenho todas as referências necessárias pra entender esse filme. Se você vai ver o A Estrada Perdida (um dos filmes da minha vida) e não entende eu acho normal. Não porque você não tem as referências, mas porque é um filme com uma história não linear, esquisita e principalmente: não existe o que ser entendido. Tudo no padrão David Lynch de qualidade e estranheza. Normal. Agora você vai ver Memento e não entende porque é um filme ao contrário? Faça-me o favor.

Como Juju disse, o público não quer só uma coisa mastigada, o público quer uma coisa mastigada e cuspida na sua cara. O que é bem verdade.

terça-feira, setembro 04, 2001

O jornal carioca O Dia anunciou que estará dando uma nova versão da bíblia, com "a linguagem dos dias de hoje". Aqui, em primeira mão, uma prévia:

Os Dez Mandamentos, na linguagem dos dias de hoje.

1) Não pratique artesanato.
2) Não arrume outro Deus. Ou então tenta a sorte que meu corpo é esse.
3) Não fale meu nome a toa.
4) Não fará hora extra aos sábados.
5) Respeite os mais velhos.
6) Não encherá ninguém de azeitona.
7) Mulher do vizinho pra você é homem.
8) Não serás trombadinha.
9) Não será X9.
10) A inveja é uma merda.

Aqui, um link de suporte para essa piada, com o texto original.

sexta-feira, agosto 31, 2001

E pra fechar o dia, que tal conversar com o John Lennon recriado em inteligência artificial? Não tá afim de encarar o Lennon? Tenta o Jack o estripador.
Quote do dia:

"I'm disgusted by what we've become in America. I truly believe there is brain death in this country."
John Carpenter
E a série oportunista inescrupuloso. Volta patrão!
Brincadeira perfeita para sociopatas de plantão. Eu adorei.

quinta-feira, agosto 30, 2001

Se o mundo fosse um lugar realmente justo o Roberto Marinho iria estar no lugar do Silvo Santos nesse exato momento.

quarta-feira, agosto 29, 2001


Por sorte hoje consegui ler um numero da nova X-force escrito por Peter Milligan e desenhado pelo criador do Madman, Mike Alfred. Pra quem não conhece o histórico da revista um breve resumo. No início existiam os Novos Mutantes, que foi um dos primeiros spin offs da revista dos X-men. Era um grupo de mutantes mais novos (dã!) em fase de treinamento para substituir os X-men no futuro. Com o tempo a revista se tornou X-force, sendo escrito e desenhado pelo câncer da industria de hqs que se chama Rob Liefield. Depois alguns outros autores tentaram salvar o título, outros pioraram ainda mais a situação.

Até que sob a nova direção de Joe Quesada a marvel resolveu dar a moribunda revista pra dupla de doentes Milligan e Alfred. E o resultado é que agora o X-force é uma espécie de N'sync mutante, com seus membros famosos mundialmente, recebendo milhares de dólares para atuar como super-heróis e ter sua imagem transformada em produto pela mídia. Como uma boa banda pré-fabricada o grupo é completamente disfuncional com brigas constantes para decidir quem vai ser o lider e a mais alta taxa de mortalidade do universo marvel. Seus personagens homosexuais, violência realista e alto teor político fizeram com que a editora abandonasse o nefasto selo "aproved by de comics code" e iniciasse uma classificação própria para seus títulos.

Não consegui achar uma imagem da capa do título desse mês na internet, mas era uma paródia com a foto mais famosa do caso Elian: o líder atual do grupo disputanto uma criança mutante no braço com Fidel. Esse tipo de coisa é que faz a gente lembrar que ainda existe vida inteligente no mundo das cuecas por cima das calças.

Falando nisso, o Grant Morrison está escrevendo uma mini série do quarteto fantástico chamada 1,2,3,4 aonde ele volta as raízes de "família esquisitona" do grupo. E tá bem bom.
Depois de ameacar o Hiro com um processo de meus adevogados ele reconheceu publicamente que a piada ruim sobre o caminhoneiro morto-vivo é minha.


Depois do clone da revista americana Wallpaper, já mencionado aqui, a indústria de clonagem brasileira anuncia seu mais novo experimento: Weblogger, o clone brasileiro do Blogger. Praticamente identico a não ser por uma pequena variação cromática.

sexta-feira, agosto 24, 2001

Pro pessoal que reclamou das minhas críticas aos críticos que malharam o Planeta dos Macacos do Burton: Em primeiro lugar obrigado pelo feedback, é bom saber que alguém lê este blog. Em segundo, vocês tem todo o direito de odiar o filme, cada um é cada um. O que eu reclamava nos posts que falavam do filme é da crítica sem fundamento. A mais comum que eu tenho ouvido é a de que o filme é lindo e o roteiro uma merda. "O roteiro é uma merda" é muito vago, porque é uma merda? Manda um mail, peregrino! A melhor resposta ganha uma banana!

quarta-feira, agosto 22, 2001

Consegui ver o trailer do From Hell, que é o filme baseado na hq de Alan Moore e Eddie Cambpell que eu já mencionei aqui umas 3 vezes. Bem, eu não estou esperando que fique a mesma coisa do quadrinho, obvio, afinal o filme é outra coisa, só baseada no original, certo? O próprio tio Moore já falou outro dia que não dá a minima pro que fizerem com o filme, afinal a hq é dele o filme é dos irmãos Hughes. De qualquer maneira, a diferença mais bizarra que se pode perceber pelo trailer é a de que agora o inspetor encarregado do caso é um paranormal, que pode sonhar com a solução dos mistérios. Bizarro? Pode apostar peregrino.

E o trailer é infestado de efeitos de câmera que eram modernosos a uns dois anos atrás e agora ficaram completamente bregas e um tecnho imundo que lembra muito as piores músicas do já ruim Enigma. Mas esperemos.

segunda-feira, agosto 20, 2001

Ana Maria Bahiana deu a notícia no domingo: Kevin Smith colocou o rabo entre as pernas entre bom diretor medícore que é e pediu desculpas ao grande mestre Tim Burton. Disse que não vai tentar o processo (saiba a história toda aqui) e que todo o estardalhaço foi só uma brincadeirinha. É bom ver que algumas pessoas ainda sabem qual é o seu lugar.

quinta-feira, agosto 16, 2001

"Anos atrás, minha mãe me deu uma bala... uma bala, e eu a coloquei no meu bolso da camisa. Dois anos depois, eu estava andando pela rua, quando um evangélico enlouquecido atirou uma bíblia por uma janela de hotel, me atingindo no peito. A bíblia teria atravessado meu coração se não fosse pela bala."

Woody Allen, Stand-up comic. Eu sei que saiu no NO, só estou reforçando a informação.
Editores brasileiros conseguem a primeira clonagem de revistas no país:


O clone tupiniquim da Wallpaper é praticamente idêntico (salvos pequenos detalhes) e passa bem. Mas estudiosos mais pessimistas não dão mais 2 números de vida para o experimento, como acontece com a maioria das novas revistas lançadas em nosso mercado. E convenhamos, dessa vez vai ser bem feito.
Tem edição nova da Contracampo no ar, com textos da Juju e de todos os outros escritores regulares da revista. A pauta desse mês inclui um especial Tim Burton, imperdível. E só pra constar, ainda não entendi a razão do ódio geral ao Planeta dos Macacos do Burton. Qualé, macacada? Porque vocês odiaram? É o ódio incontrolável aos blockbusters? É o ódio de não conseguir entender o final dentro da lógica cartesiana? É o ódio de comparar o filme com o antigo, mesmo quando o diretor já repitiu um milhão de vezes que esse filme é uma releitura do primeiro e não tem absolutamente nada a ver com o primeiro? É o ódio de não prestar atenção no subtexto político (que não é tão sub, convenhamos)? Hein? Hein? Respondam.

terça-feira, agosto 14, 2001

O Crater Kid é uma boa pedida de hq online, com tiras atualizadas diariamente. Um satélite terráqueo cai em um planeta distante, recebendo ondas de TV da terra com 50 anos de defasagem. O planeta então constrói toda sua cultura baseada nas emissões do aparelho e quando uma ameaça perigosa põe em risco sua principal cidade, eles recrutam o filho de um herói televisivo de uma série humana dos anos 50 para ajudar. Qualidade dífícil de ser encontrada grátis na web, ainda mais diariamente.
Então você gosta de House? Tudo bem, mas cuidado pra não ficar impotente.

segunda-feira, agosto 13, 2001

Da série: Comercias de TV sem imaginação:

Toda a verdade sobre o comercial de automóveis que estrela um anão de jardim.
A MGM lançou os dois últimos filmes da trilogia Sergio Leone + Clint Eastwood em DVD (Por mais um punhado de dólares e Três homens em conflito), e a continental filmes lançou o primeiro (Por um punhado de dólares). O da Continental eu ainda não consegui assitir, mas os discos da MGM estão com uma qualidade muito boa, desde a imagem até a embalagem, tudo muito bem cuidado. E o Três homens em conflito ainda tras um bônus muito interessante: 7 cenas completas que só aparecem em uma versão alternativa do filme, deixando o conjunto da obra com mais ou menos 3 horas de duração. Cada minuto melhor que o outro.

Ainda sobre DVDs, parece que mês que vem vão ser lançados por aqui a coleção Stanley Kubrick, incluindo o Barry Lyndon, inédito no Brasil. Vai juntando dinheiro aí peregrino.
A última moda entre o povo indie de São Paulo é usar óculos de aro preto grosso. Seria normal se os óculos não fossem sem grau. Isso mesmo, o grande barato é usar óculos sem precisar de óculos, só pra fazer um estilinho.

E depois ainda querem me convencer que São Paulo é um lugar sério.

sexta-feira, agosto 10, 2001

O site da adaptação pras telonas do From Hell, hq de Alan Moore e Eddie Campbell sobre Jack o estripador, já está online. Por enquanto ainda não consegui ver o trailer mas a programação visual do filme está bem parecida com a da hq. Inclusive a imagem principal do site. O filme vai ter Johnny Depp como o investigador que tenta desvendar os crimes e Heather Graham como Mary Kelly, a última das prostitutas mortas pelo assassino. Pelo que eu sei eles mudaram completamente a história original, transformando o roteiro num whodunit? e a trilha sonora está a cargo do Marylin Manson. Tenham medo, muito medo.

Você pode encontrar mais informações aqui, no site do Eddie Campbell.
Um dos desenhistas de HQ mais famosos e influentes do ramo, John Buscema, está a beira da morte. Matéria completa aqui.
Acha que o Bush faz pouca merda? O que você acha dele ter acabado de liberar pesquisas com embriões humanos?
My new fighting technique is unstoppable!

quarta-feira, agosto 08, 2001

Não entende o que seu cachorrinho late? Que tal comprar um Bow-lingual? Não, não é piada.
Hiro, meu filho, desiste de tentar entender o final do filme. Só funciona se você encarar como metafora. Tipo, nós somos os macacos, saca? E de acordo com a Juju e com o site da Ku Klux Klan for kids (democracia é isso aí), o Lincoln tinha umas idéias escravagistas meio esquisitas. Vai ver que a comparação Thade-Lincoln foi bem certa. Quer ver? Saca só algumas citações do cara:

"I have no purpose, directly or indirectly, to interfere with the institution of slavery in the states where it exists. I believe I have no lawful right to do so, and I have no inclination to do so."

"I agree with Judge Douglas that he (Negroes) is not my equal in many respects, certainly not in color, and perhaps not in moral and intellectual endowment."

"Negro equality! Fudge!! How long, in the government of a God, great enough to make and maintain this Universe, shall there continue knaves to vend, and fools to gulp, so low a piece of demagoguism as this?"

terça-feira, agosto 07, 2001



Essa veio pelo compadre Oswaldo, do Três Redatores:

Director Kevin ("Chasing Amy") Smith says the "surprise" ending of Tim Burton's "Planet of the Apes" comes as no surprise - to anyone who saw it in one of his "Jay and Silent Bob" comic books three years ago. "My jaw hit the ground when I saw that scene," Smith told Post movie critic Lou Lumenick. "I think I got robbed and I'm talking with my lawyers about possibly suing." Smith's Viewaskew web site features a comic-book image bearing a close resemblance to the ending of "Apes." But Burton said, "I have not seen the image and anybody that knows me knows I do not read comic books. And I especially wouldn't read anything that was created by Kevin Smith."

Eu voto no Burton. Sem dúvida o cara nunca ia copiar nada do Kevin Smith. Que alias, só fez um filme bom (o balconista) e um engraçadinho (barrados no shopping). O resto é melhor esquecer.