sexta-feira, junho 29, 2001

Da série: Papo daquele velho chato e bêbado no fundo do ônibus:

Só mesmo um povo que não lutou pela sua independência, não lutou pela abolição da escravatura, não lutou por seu território, não lutou nem nunca vai lutar por porra nenhuma pode acordar de manhã e ler a manchete "STF APROVA CORTES E SOBRETAXAS" sacudir os ombros e continuar com a vida como se nada tivesse acontecido. Esse mesmo povo agora acha que a crise energética tem orgiem divina, diz que devia ter votado no Lula na última eleição e dá 50% de aprovação pro candidato mas na hora do vamos ver vai eleger o Ciro Gomes que é inofensivo, limpinho e tem uma namorada global. E tudo vai continuar como sempre. Sempre.

quinta-feira, junho 28, 2001



E lá se vai Jack Lemmon... Porra, se tinha que morrer um ator com nome de comida porque não foi o Kevin Bacon ?

quarta-feira, junho 27, 2001



Pensou que estava livre, Peregrino? Não mesmo:

Quando explode a vingança (A fistfull of dynamite) : Dirigido pelo Sergio Leone e estrelado pelo James Cogburn. No México revolucionário do começo do século bandoleiro se une a ex-dinamitador do IRA para lutar pela liberdade do país. Tem seus momentos engraçados, mas o problema é que em algumas horas o filme perde a linha na panfletagem, fica meio irritante às vezes. De qualquer maneira o James Cogburn é um cara simpático que compensa a falta de carisma do Rod Steiger. Até a trilha do Morricone é meio esquisitona. Mas diverte, de qualquer maneira.

O Cavaleiro Solitário (Pale Rider) : Clint Eastwood Dirige e estrela esse aqui. Se no Estranho sem Nome uma cidade em perigo recebia uma ajuda do quintos dos infernos, dessa vez o vingador misterioso vem do céu para ajudar sua antiga família e uma comunidade de mineiros. Desnecessário dizer que Tio Clint é o rei do velho oeste: o cara é o bicho. É ótimo como ator E como diretor, ainda mais quando seus personagens são máquinas de matar, como nesse filme aqui. Dá-lhe Eastwooood!

Os Imperdoáveis (Unforgiven) : Esse aqui você conhece, certo? Quatro Oscars a quase dez anos atrás, incluindo o de melhor filme. Ex-pistoleiro psicótico aposentado volta a ativa pra arrumar um dinheiro para sustentar os filhos, contando com a ajuda do Morgan Freeman. Eu tinha visto na época do lançamento e revi essa semana, é um filminho impecável e talvez o faroeste definitivo do tio Clint (que pra quem não lembra protagoniza e dirige). O velho oeste nunca foi tão amargo. Melhor frase: “Deserve’s got nothing to do with it.". E o Boechat lembra: esse filme é dedicado a Sergio Leone.
Finalmente encontrei o carro dos meus sonhos. Super útil em engarrafamentos.

terça-feira, junho 26, 2001




Boechat, com uns vídeos imperdíveis dos trapalhões. Podem chorar do filme do Lupa, eu finjo que não estou olhando. E se quiser mais, pega aqui.

Pensamendo aleatório: Seria o Dedé o Zeppo dos trapalhões? Tipo, aquele membro que podia sumir e ninguem ia sentir falta?
Não gostei do Shrek, na boa. É um filme feito pra crianças que estão naquela fase aonde pum, xixi e coco são as coisas mais engraçadas do planeta. Existem algumas piadas inteligentes, mas elas são pouco exploradas e algumas (como a piada com matrix) um tanto óbvias. Outra: o filme se gaba o tempo inteiro de ser anti-Disney, com seu vilão inspirado no homem forte da empresa e seu reino igual ao Magic Kingdom, e ironiza as musiquinhas temas características dos desenhos da mesma de cinco em cinco minutos. Só que eles também usam as musiquinhas tema, só trocando as melodias neo-broadway da Disney por bandinhas-punk-rock-adolescentes americanas. Só gostaria muito que alguém me explicasse por que existe uma música do John Cale na trilha. Mais deslocado impossível.

Também, não se podia esperar muito da Dreamworks depois de "O Principe do Egito". Esperem até sexta e assistam Atlantis, que é uma cópia de um anime mas deve ser muito mais divertido. E bem feito, porque Shrek é muito, mas muito mal-feitinho.
Tem um programinha no Multishow, Ensaio Geral, que pega um artista e vai esmiucando seu passado, mostrando imagens de arquivo e entrevistando pessoas relacionadas. Pois bem, ontem assisti um que falava dos mutantes e cheguei a conclusão de que o Arnaldo Batista foi o único membro que continuou fazendo música boa depois que a banda acabou. Rita Lee virou aquilo que todo mundo conhece e o Sérgio Dias virou um troço meio esquisito com um trabalho chatinho pacas, meio politizado com um ranço hippie. Arnaldo continuou genial, seus discos solo podem provar isso. O problema é que o cara resolveu se atirar do alto de um edifício e cair de cabeça no chão. Não morreu, mas perdeu massa encefálica e o diabo. Hoje ele está meio lesado, e foi muito triste ouvir ele dando uma entrevista de poucos segundos antes da apresentação com o Sean Lennon no último Free Jazz. O rapaz está visívelmente devagar, com uma voz assustadora de criança, falando como um moleque. E quem pode conferir o show antológico dos dois no MAM pode verificar como o Arnaldo não consegue nem cantar Panis et Circenses direito. É peregrino, a vida é muito injusta.

sexta-feira, junho 22, 2001

Poucos posts? Mea culpa. Rola um desânimo e uma falta de coisas pra falar aqui. Por que se alguém ainda não entendeu o rumo que esse blog tomou eu explico: Não é um diário, não é uma espécie de catarse para o ódio acumulado em meu coraçãozinho diariamente, é um site de indicação. Tudo que eu acho interessante de alguma maneira é citado aqui, pra ver se alguém também acha legal ou não. Sacou, peregrino? Pra quem é novo, dando uma olhada na coluna da esquerda, no item "sob investigação", você pode ter uma idéia do que eu vou falar por aqui nos próximos dias... no momento é faroeste, mas em breve mudaremos de assunto, ok? Mais por falta de material, estou penando pra encontrar alguns faroestes que eu adoraria assistir nas locadoras do rio de janeiro, ficar esperando pela boa vontade dos canais de tv a cabo é um problema.
Esse site saiu nesse site de design brasileiro aqui.

quarta-feira, junho 20, 2001

Sonho de consumo do momento: Poncho igual ao do estranho sem nome do Clint Eastwood. Nessa foto aí ele jogou por cima do ombro, mas dá pra ter uma noção.

terça-feira, junho 19, 2001




Mais alguns faroestes, peregrino:

Por um punhado de dólares (Per un pugno di dollari) : Primeiro filme da trilogia de Sergio Leone com Clint Eastwood. O estranho sem nome de Eastwood chega a uma pequena cidade aterrorizada por uma rixa entre duas façcões criminosas. Ele então resolve ganhar uns trocados e de quebra salvar os pobres moradores criando um conflito entre os bandidões. Claramente inspirado em Yojimbo, do Akira Kurosawa (que por sua vez foi inspirado no livro Safra Vermelha / Red Harvest" do Dashiel Hammet que tinha uma história idêntica, contando inclusive com o Continental Op como o estranho sem nome. Alias, tio Kurosawa negou até o fim a inspiração) o filme tem cenas e diálogos inteiros idênticos ao primeiro filme. Muito Divertido, música já clássica que prepara o terreno para Ennio Morricone, belas cenas, roteiro amarradinho e Clint Eastwood é sempre o Clint Eastwood.

Por mais um punhado de dólares (Per qualche dollaro in più) : Segundo filme da trilogia do estranho sem nome. Dessa vez ele persegue um criminoso mau como o pica-pau com uma alta recompensa pela sua cabeça. O problema é que o Lee Van Cleef também tem a mesma idéia. Mais bem-humorado que o primeiro, com a participação do Klaus Kinsky como o corcunda do bando criminoso. Tem um ou dois momentos geniais, como quando Eastwood tenta expulsar Van Cleef da cidade ou o duelo final entre Cleef e Indio. Antenção vocês que pretendem assistir os filmes: O personagem de Cleef nesse filme não é o "Mau" do último, apesar do ator ser o mesmo, beleza?

O homem que matou o facínora (The Man Who Shot Liberty Valance) : Indo em uma direção completamente diferente dos faroestes italianos do Leone, esse aqui é um filme com uma atmosfera diferente, bem melancólico. James Stewart, homem culto de cidade chega a uma pequena vila aonde encontra John Wayne, cabóizão grosseiro e se apaixona pela sua namorada Vera Miles. Rola um choque cidade grande x velho oeste, óbvio. Stewart e Wayne fazem seus papéis clássicos: O primeiro é o americano simpático e honesto e o segundo o brucutu de bom coração. Um dos melhores filmes do John Ford que eu já vi, e um dos melhores faroestes também. Passa no TC Clássico, presta atenção peregrino! Aliás, o "peregrino" vem do personagem do John Wayne nesse filme.
Lá por volta dos anos 20, o melhor escritor americano de terror (junto com Poe) H.P.Lovecraft inventou um livro chamado necronomicon, parte de seu fantástico mito de Chuthulu. Hoje, se você procurar por aí, pode achar o livrinho pra vender por aí, inclusive escrito pelo autor que o escritor também inventou, Abdul Al-Hazred. Moral da história: Tem idiota pra tudo.

quarta-feira, junho 13, 2001

Da série comerciais sem imaginação:
No novo comercial da close-up vermelha, quando o playba entra na festa, o "tubo" por qual ele passa é chupado do filme dos X-men, da entrada da cela de plástico aonde prendem o Magneto. Exatamente igual, só pra constar.

segunda-feira, junho 11, 2001

Esse blogger também saiu na reportagem (no vídeo) do hiperdia. Não tem link, entra lá e procura "blog". Quem passou foi o cumpadi CalvinOne.
O Daniel voltou, dessa vez azul, olha lá peregrino.
A peça de humor involuntário mais impressionante dá semana é o comercial do PSDB aonde eles dizem que a situação vergonhosa do país é culpa da oposição, que faz torcida contra. O grande problema do governo FHC é o mau olhado. Nem o Bozo faria melhor.

Só não é mais engraçado mesmo por que saiu do seu bolso e ainda menos por que o objetivo da campanha é perverso. E tem neguinho que vai cair nessa, o que é ainda mais triste.

quinta-feira, junho 07, 2001

Aê, quem descobriu o plágio do discurso do ACM foi o Sérgio Catarrento, que não está levando crédito nenhum pelo trabalho. Divulguem! A parada vai pra capa do Globo e o Sérgio nem é mencionado.
Entrevista com Frank MIller naCBR, tem alguns meses mas é bem boa. Fala sobre o novo "Cavaleiro das trevas" e sobre o papel do herói nas hqs de hoje em dia.



Eu não comprava uma revista dos X-men a muito tempo, por motivos óbvios. Desde que o Claremont parou de escrever eu pulei fora, e quando ele voltou eu achei o trabalho bem fraquinho, uma releitura besta do que ele já tinha feito antes, e acabei só lendo uma revista. Pois bem.

O Grant Morrison agora é o escritor regular da série, e eu como bom fã fui comprar a hq. Peregrino, deixe eu te dizer uma coisa: Tá bom pra caceta. Tão bom quanto o Claremont, no mínimo. Não existe nenhum resquício de Invisibles, Marvel Boy ou da Liga da Justiça, o cara fez uma coisa completamente nova e refrescante com os personagens. Os diálogos estão ótimos (e verossímeis), toda a narrativa se desenvolve fácil. Os X-men nunca pareceram tão reais.

Morrison tinha anunciado que ia tentar fazer com que a revista se parecece mais com uma história de ficção científica do que com uma de super-heróis. E conseguiu belamente. Lá se foram os uniformes (incluindo uma explicação plausível para sua utilização até então e para seu abandono), lá se foram as pernas quilométricas, os seios gigantes e os homens anabolizados, cortesia do desenhista Frank Quaterly que se encaixa como uma luva: os pupilos do senhor Xavier parecem pessoas normais e, talvez mais importante, aparentem a idade que teoricamente teriam.

Das duas uma: Ou o público vai adorar e talvez o título marque uma reviravolta nos quadrinhos de super-heróis do início desse milênio ou então ele não dura até o fim do primeiro arco de histórias. O que é bem provavel. Por via das dúvidas, leiam logo antes que defenestrem o pobre do Morrison. Ou não.

quarta-feira, junho 06, 2001

Sérgio Catarrento descobriu a surpreendente verdade por trás do discurso do ACM.
Esse blog também saiu no O Dia de hoje.

terça-feira, junho 05, 2001

O Estranho sem nome (High Plains Drifter): Segundo filme do Clint Eastwood como diretor, considerado um velho oeste cult hoje em dia. Um estranho (dã) sem nome (dãããã) chega a uma pequena cidade e acaba sendo contratado para defender os patéticos moradores contra um bando de criminosos que estão voltando para se vingar. No decorrer da coisa, tio Clint vai humilhando e ridicularizando todos os moradores, mostrando como a cidade é hipócrita e covarde. O filme inteiro tem um clima desconfortante que é sublinhado pela trilha sonora assustadora e pelos flashbacks aterrorizantes. Bonzão.

Meu nome é Tonho: Faroeste brasileiro por Ozualdo Candeias ambientado no sul do país, com vários grileiros maus como o pica-pau. Bando de criminosos aterroriza região até que pisam no calo de um estranho chamado Tonho, que deixa todo mundo pianinho. Sucinto e com uma linda fotografia, cheio de risadas apavorantes. A cena final é especialmente boa pra caceta.

Três homens em conflito (Il Buono, il brutto, il cattivo): Último faroeste da trilogia de Sergio Leone com Clint Eastwood (antes tem "Por um punhado de dólares" e "Por mais um punhado de dólares"). Em um oeste sujo e sem honra três homens disputam um tesouro enterrado. Música fantástica de Ennio Morricone e ótima fotografia também. O ator que faz o feio, Eli Wallach, rouba a cena várias vezes. Essencial do Faroeste à italiana.

segunda-feira, junho 04, 2001

Pensando bem, eu vi agora o trailer do memento e não gostei muito não. O site é melhor. Sei lá, bicho.
Esse blogger saiu no Estadão. Ninguém tem a versão impressa pra escanear pra mim não?
Hm, a atmosfera desse filme e o site lembram muito o estrada perdida, filme do Davi Lins que tinha um site genial. Pena que ficou pouco tempo online.
Where weblogs do to die. Esse aqui vai bem, obrigado.
Quer saber? Apresento o Jujuba Preta.

sexta-feira, junho 01, 2001

Juju descobriu um poeminha em francês. Sou fã desse autor.