terça-feira, julho 31, 2001


Josey Wales, o fora-da-lei (The outlaw Josey Wales). Dirigido e protagonizado pelo tio Clint. Como em todos seus faroestes, o tema básico é a vingança: um pacato peregrino tem a família morta por um bando de desordeiros e se une a um bando de rebeldes durante a guerra civil americana. Seu personagem é novamente uma máquina de matar (outra marca registrada de seus faroestes), mas dessa vez tio Clint alterna uma atmosfera trágica e um protagonista obssessivo e desajustado com momentos de humor negro da melhor qualidade. Saiu em dvd na coleção Clint Eastwood. Nessa coleção também tem o Bronco Billy, que é uma comédia do ator/diretor/compositor/cantor que eu ainda não assisti. Aguardemos os próximos lançamentos.
Tem uma entrevista do carlão no NO, sobre sua ida ao UTI. O final é mais interessante, mas nada de extremamente novo pra quem já leu algumas de suas colunas no cineclick. O resto é só um relato das dores, cicatrizes e todo o terror característico de um hospital.
Da série "Não estamos passando dos limites?": Suicídio via web.

segunda-feira, julho 30, 2001

Pro povo bloggeiro que nao identificou o empregador misterioso no final do segundo volume das aventuras da liga extraordinaria (the league of extraordinary gentleman no original): o empregador nao e o Mycroft Holmes, irmao mais velho do Sherlock, e sim o arqui inimigo do mesmo, James Moriarty. Ou nao?

(Esse post esta sem acentos por motivo de forca maior.)

quinta-feira, julho 26, 2001

O dono de uma companhia que fornece guindastes e veículos longos aqui do Rio nomeou sua empresa "Carvalhão" e do dia pra noite transformou toda sua frota em um símbolo fálico.


Era uma vez no Oeste (C'era una volta il West), do Sergio Leone é o maior, o melhor, o mais perfeito faroeste espagueti já feito. Charles Bronson encarna o pistoleiro sem nome que deveria ter sido do Clint, que na época estava impossibilitado de pegar o papel. Mas não se desesperem, nem mesmo o Bronson consegue estragar o filme! No caminho da sua vingança ele encontra Claudia Cardinalle que também procura vingança pela morte de sua família e com Peter Fonda, em um papel inédito de vilão. A música do Ennio Morricone, que sempre foi forte nos filmes de Leone dessa vez se tornou mais importante ainda. Como sempre, cada personagem principal tem seu tema, mas em Era uma vez no Oeste a música foi composta antes do próprio filme, que mais tarde foi dirigido e editado para se encaixar nela milimetricamente. Mesmo com o diretor não conseguindo realizar algumas das idéias que tinha (como colocar o Eastwood no papel principal e reunir novamente o bom, o mau e o feio na belíssima seqüência de abertura) esse é o melhor faroeste do diretor e se tio clint fosse o protagonista provavelmente seria o melhor faroeste de toda a história.

quarta-feira, julho 25, 2001

A obsessão de faroestes está em sua reta final, mas não é por isso que vamos parar com as dicas de filmes que provavelmente não interessam nenhuma das 7 pessoas que acessam esse site. Aqui vão dois essenciais com o John Wayne, o brucutu mais importante do cinema americano.

Rio Vermelho (Red River), foi dirigido pelo Howard Hawks em 1948 e tem nos papéis principais o Wayne e o Montgomery Clift (seu primeiro filme). Um fazendeiro (Wayne) resolve levar 10 mil cabeças de gado por um percurso perigoso e infestado de índios, contando com a ajuda de dois amigos e mais uns capangas contratados. No caminho o Wayne pira na batatinha e começa a ficar obcecado com sua missão, colocando a vida de todos em perigo. Ótimo filme com os dois protagonistas dando um show. Sobre o Wayne, o John Ford disse que esse filme havia mostrado que "the sonuvabitch could act".

Rastros de ódio (The Searchers) saiu em 1956, dirigido por John Ford. Wayne volta a seu papel de brucutu maluco feito no filme de cima: dessa vez ele é um veterano de guerra que tem a família massacrada por índios e tem que encontrar sua sobrinha que foi a única sobrevivente, levada pelos comanche. Pra isso ele tem que se unir com seu meio-sobrinho meio-comanche (na verdade Martin Pawley pintado de vermelho), que tem que agüentar o ódio que seu meio-tio nutre por índios. E meio-índios. Pior ainda se for meio-comanche e meio-bunda mole como seu meio-sobrinho. Bom, no caminho o brucutu vai se tornando cada vez mais neurótico e selvagem até que o Pawley tem que botar um pouco de juízo na cabeça dele. Saiu em dvd a pouco tempo, com versão restaurada.

E essa foto aí em cima não é de nenhum dos dois filmes, e sim do bravura indômita que eu vi a muito tempo e não lembro pra indicar aqui. Atenção na boquinha.

terça-feira, julho 24, 2001

Filmes pra você pegar (ou não) no vídeo:

Cowboys do espaço (DVD)
Iiiiiiihaaa! Tio Clint volta pra lembrar que além de ser galã da terceira idade e um ator bom pra cacete também é um diretor de respeito. Quatro astronautas velhinhos tem que voltar a ativa pra consertar um satélite defeituoso. Filme belo e de alguma maneira triste sobre a velhice. Imperdível pra quem é fã e pra quem não é.

As Virgens suicidas (DVD)
Primeiro filme da filha do Coppola, com trilha sonora suave do air. Conta a histórias das irmãs Lisbon e seu trágido suicídio. Direitinho, nostálgico, um filme feito com amor. Se é que você me entende.

Garotos incríveis (DVD)
Esse é pra você não alugar. Chato, pelassaco e com forçações de barra bizarras no roteiro. O Tobey Homem Aranha Maguire está especialmente enervante. O único mérito do filme é mostrar um Michael Douglas com a idade que ele realmente tem. De resto, só serve pra provar que o único filme bom que o Curtis Hanson dirigiu na vida inteira foi o L.A. Confidential. Deve ter sido inspiração divina sei lá.



The Dark Knight Strikes Again tá chegando...

segunda-feira, julho 23, 2001

Reichenbach confirma: Wilson Grey é de fato o ator com a maior carreira cinematográfica do brasil, tendo no currículo 250 filmes.
De volta após suspeita de dengue e molho de 5 dias. Mas pode ficar calmo, ainda não foi dessa vez peregrino.

Sincronicidade bizarra de domingo: Os reis do iê-iê-iê no cinema e o tumor de Geoge Harrison nos noticiários.

terça-feira, julho 17, 2001

Finalmente, Juliana Fausto a Sra. Tiago Teixeira estréia seu Blog. Visite, bicho!
Eu sei que todo mundo já falou, mas... Fiat Blog!

segunda-feira, julho 16, 2001

Tentaram consertar a burrada e eis que surge o novo logotipo da globo.com:



Alguém anotou a placa do caminhão?
Dadá indica esse site com uma série de posters de filmes brasileiros. Entre eles, uns meio deslocados como "Brazil" do Terry Gillian e o "007 contra o foguete da morte".

sexta-feira, julho 13, 2001

Saiu o trailer do novo filme do aranhoso, que estréia em maio do ano que vem. Parece bom, mas como uma das poucas coisas que os americanos sabem fazer como ninguém são trailers de cinema, só nos resta esperar. O Sam Raimi tem uns filmes legaizinhos, tipo o Darkman que é o filme que usa melhor a estética história em quadrinhos que eu já vi. Vejemos, vejemos.
Já perceberam que com raras exceções (como o ótimo Toy Story) a maioria dos curtas e longas de animação feitos com computação gráfica se preocupam muito mais em exibir seus movimentos quase humanos e texturas quase reais do que em dizer qualquer coisa ? A técnica quase sempre vem antes do filme. É como se procurassem uma desculpa pra mostrar como esse tipo de coisa está avançada.

quinta-feira, julho 12, 2001

A guerra Gravadoras x Mp3 está por fora, a nova onda é a porradaria Artistas x Mp3. E ao contrário da primeira, essa não se realiza em coletivas de imprensa ou tribunais, dessa vez os artistas resolveram sujar as mãos e foram pro campo de batalha mesmo: A Web. O grupo americano chatinho Violente Femmes algum tempo atrás colocou online uma mp3 com o nome de um hit da banda. Quando você baixava o bichinho era agraciado com uma mensagem do vocalista da banda “Hey man, we are violent femmes, PLEASE DON’T DOWNLOAD OUR MUSIC (...)” . A dupla eletrônica e reis da coolness franceses Air foi mais perverso. Nas mp3s de seu ótimo último cd eles colocaram um presentinho para os pobres criminosos como nós. Você está lá amarradão ouvindo o 10,000 Hz Legend quando no meio da música acontece um fade bizarro por uns dois segundos e depois a música volta ao normal. Dá vontade de partir o cd com os dentes, na verdade só não o fiz por que meu plano de saúde não cobre tratamento odontológico. Nenhum problema com o aparelho de som, nem com o gravador de cd. Você vai na internet bufando e descobre que vários outros meliantes caíram no mesmo conto do vigário. Quem é o culpado pela traquinagem, a banda ou algum rapaz espirituoso da gravadora?

A troca de arquivos via web não tem volta, os artistas tem de se conscientizar disso. Acabou, já era, finito, arranjem meios alternativos de distribuição. As gravadoras estão mortas, viva o AG.

terça-feira, julho 10, 2001

Quer comprar uma revista em quadrinhos novinha e inédita do Batman? Não? Nem por 10 centavos?
Quem assistiu o Manhattan Connection domingo pode conferir a terrível verdade: O Arnaldo Jabor fala "salchicha".

segunda-feira, julho 09, 2001



Umas das coisas que eu nunca consegui entender é o ódio que meio mundo nutre contra a série animada Pokémon . Inclusive eu acredito piamente que 90% das pessoas que metem o pau no desenhinho nunca assistiram a um episódio do começo ao fim ou se assistiram não prestaram atenção. A verdade, peregrino, é que Pokémon talvez seja o desenho infantil mais bem bolado do fim dos anos 90 e dos início dos 2000.

Calma, calma! Não feche o browser ou escreva um hate mail! Deixe eu me explicar antes! Meus argumentos são variados, mas vamos por partes.

Pra quem nunca assistiu, Pokémon conta a história de um moleque chamado Ash que vive em um mundo aonde os animais são criaturas com poderes especiais e inteligentes, chamadas de Pokémons porque podem ser capturadas com uma engenhoca chamada Poke-bola que permite que sejam carregadas no bolso. Pra quem também não sabe Pokémon é o ingrish pra Poket Monsters, ok? Então o ponto de partida é esse, Ash, alguns amigos e seu Pokémon de estimação, um Pikachu viajam de cidade em cidade procurando mestres Pokémons que possam ensinar a Ash como treinar seus bichinhos.

A história é comum em obras japonesas: um protagonista extremamente jovem que tem que enfrentar as vicissitudes da vida e se tornar o melhor do seu meio. No caminho ele enfrenta provas terríveis, mas o que pra nós ocidentais pode parecer um absurdo de crueldade com um pirralho de 10 anos pros japas é completamente normal, esse tipo de coisa está entranhado no imaginário coletivo nipônico a anos.

Os episódios do desenho estão cheios de referências completamente surpreendentes. Já presenciei episódios que parodiam Casablanca ou mesmo um que brincava com os faroestes do Sergio Leone, inclusive com a participação de um personagem que tinha a cara e a voz áspera do Clint Eastwood, vestido com o poncho tradicional do “estranho sem nome”. Outro ponto que eu considero muito positivo é que o desenho nunca se leva muito a sério. Existem piadas completamente nonsense (como a gangue Yakuza de Pokémon s que faz parte do passado negro do Bulbassaur) e outras sacadinhas metalingüísticas interessantes. Em um episódio, por exemplo, o membro de um grupo inimigo pensa em uma tática nova para caputrar Pikachu e se pergunta, “Porque não usamos isso logo no princípio?”. A resposta que recebe de seu companheiro de equipe é algo como “Seu imbecil! O episódio tem meia hora, temos que enrolar um pouco!”

Artisticamente Pokémon também não deixa nada a desejar. Todos os personagens são desenhados com cuidado, a animação é nos trinques e os bichinhos são desenhados no melhor estilo kawaii japonês, que é o nome desse modo de desenho “bunitinho” que todo mundo conhece. Faço uma pausa para uma citação de Walbercy Ribas, diretor do desenho “Grilo Feliz” que é um longa de animação brasileiro em vias de ser lançado. Ainda não vi, mas parece emular qualquer coisa produzida pela Disney.

“— A TV exibe desenhos com absoluta falta de qualidade. “Pokémon” é banal, com cenários pobres e poucos movimentos. Não há como competir com a China, lá a mão-de-obra é baratíssima.”

Pokémon é um desenho produzido no japão, mas vamos ignorar isso. Banal não é, de jeito maneira. Economia de celulóide acontece várias vezes em quase todos os desenhos japoneses feitos para a tv, eu particulamente não me importo com isso o resultado final sempre me parece bastante agradável. Nada que possa se comparar a economia dos desenhos da Hanna Barbera dos anos 60, aonde um personagem SEMPRE aparecia no mesmo ângulo e só mexia a boca. Mesmo porque essa economia nos desenhos japoneses acontecem com a utilização de desenhos estáticos para representar cenas que tomariam muito tempo, como multidões e coisas do tipo. Não me incomoda mesmo e ainda podem se defender dizendo que é apenas um estilinho. E os movimentos não são pobres, muito pelo contrário. Esse doente nunca assistiu o desenho, pode apostar peregrino.

E agora o aspecto mais perverso mas não menos genial: O Marketing. Pokémon é o produto perfeito. O pior pesadelo dos pais incautos. Desde a identidade visual muito bem trabalhada até o desenho de cada monstrinho tudo é feito de maneira a ser vendido da melhor maneira possível. Você pode colocar Pokémons em qualquer lugar, lancheiras, mclanches, videogames (o desenho nasceu de um), tudo pode ser adaptado a marca. O aspecto colecionável dos 500 bichinhos é levado aos extremos. Como, por exemplo, fazer a criança decorar o nome de cada um deles? Simples: Pokémons só conseguem falar seu próprio nome, repetindo ele pelo menos umas 50 vezes por episódio, cada espécie com sua própria língua baseada na pronuncia repetida de uma única palavra com entonações diferentes. É por isso que eu fico feliz por cada centavos que eles ganham. Os japas merecem, mandaram muito bem.

Pra finalizar: Qualquer desenho que provoque ataques epiléticos em criancinhas de idade pré-escolar merece todo meu respeito.
Tudo que é bom, dura pouco. Surreal isso.

sexta-feira, julho 06, 2001

Meu gato te odeia.

quinta-feira, julho 05, 2001

quarta-feira, julho 04, 2001




Filmaço o Atlantis da Disney. Apesar das milhares de críticas contra o bichinho eu achei bem legal, divertido, extremamente bem produzido, e com poucos furos no roteiro, ao contrário do que tinha ouvido. E muito melhor que o Shrek, que é um filmeco cheio de figurantes que se movem como playmobils, indeciso ser uma paródia a Disney ou uma emulação da Disney e com uma "moral da história" muito duvidosa, senão facista. O Atlantis, como o próprio diretor do filme disse, ele é uma volta aos filmes que a Disney produzia nos anos 70, aventuras destinadas aos adolescentes de 13, 14 anos, um tipo de filme que não se vê por aí, já que o gênero "aventura" foi infelizmente fagocitado pelo "ação". Isso significa: Menos humor, nenhum número musical ou "moral da história" e cenas de ação dignas dos saudosos Indiana Jones.

Pra quem não sabe o desenho de produção foi realizado pelo Mike Mignola, quadrinhista conhecido pelo seu trabalho no Hellboy, aonde também era dublê de escritor. O resultado é um traço que não é nem 100% Disney nem 100% Mignola, um híbrido extremamente simplificado e quadradão, refrescante dentro do estilo da companhia. Os mecanismos e veículos do filme seguem a risca a estética do steampunk, que também é refrescante na telona e se não me falha a memória só tinha sido utilizada por Terry Gillian em alguns de seus filmes.

Agora, sobre o plágio de que a comunidade nerd internetica está acusando a Disney: Pra começar o roteiro não tem absolutamente nada a ver com o anime. Absolutamente. Essa matéria do newgrounds força a barra várias vezes, que tal dar uma olhadinha aqui e ver como que a história do segundo se desenrola? O desenho dos personagens secundários realmente é parecido com o primo nipônico, mas resta saber se a culpa é da Disney ou do Mike Mignola. Acredito que tenha rolado uma... aham... inspiração aí sim, já que os desenhos são realmente muito parecidos. Processo neles. Pra finalizar: A lenda de Atlantis existe a pelo menos 2000 anos e o Duas mil léguas submarinas a mais de um século. E os dois são essencialmente ocidentais. Seria mais correto acusar os japinhas de terem nos copiado do que o contrário. De qualquer maneira isso reduz em nada o mérito do desenho.

E esse é um ponto interessante. É comum acusarem o ocidente de copiar técnicas de animação e até mesmo estilísticas do Japão, mas ninguém se lembra de quanto que os animes já copiaram o ocidente, em seus temas, seus roteiros, seus clichês e tudo mais. E falando sério aqui, quem inventou o longa metragem animado foi a Disney, ou seja, o ocidente.

Não que eu seja contra os animes, adoro animes. Só não entendo a razão de endeusar esse gênero sem enxergar suas falhas, assim como o os desenhos ocidentais que são cheios de erros, mas cheios de acertos também. E pra finalizar, quando eu vou ver um desenho da Disney eu não estou esperando um mar de sangue, questionamentos metafísicos, sociais ou morais, eu estou esperando um desenho da Disney, com seus finais felizes, produção e direção de arte impecáveis, comic reliefs e tudo mais. Se eu não tivesse esperando isso ia assistir Evangelion, Cowboy Bebop ou qualquer um do Katsuhiro Otomo. Cada macaco no seu galho, peregrino.

segunda-feira, julho 02, 2001

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