quarta-feira, outubro 31, 2001

Pedro Doria da NO passa a notícia: A imprensa americana tem o resultado da recontagem dos votos da eleição presidencial americana, e decidiu nao revelar os dados até a situação no país se acalmar. Claro que essa declaração já dá a resposta, não é mesmo?
1,197 acessos ontem, uhu! A campanha Bobo Alegre caminhando para a dominação mundial!



Pra botar esse selo no seu site, siga as instruções daqui bicho. Fight da maaaan!

terça-feira, outubro 30, 2001

Hoje vi pela primeira vez no meu trajeto casa-trabalho o adesivo automotivo "Bonde do Osama". Neguinho tá ficando cada vez mais rápido.
Celacanto provoca marremoto. Eu já meio que sabia dessa história, mais o compadre indica um texto que explica o fênomeno tim-tim por tim-tim.

segunda-feira, outubro 29, 2001

Responda rápido: Quem é a Fernanda Lima e quem é a Daniela Mercury fantasiada de Fernanda Lima?

sexta-feira, outubro 26, 2001




Li um troço muito bom do espanhol Daniel Torres, um quadrinista excepcional que fez sucesso nos anos 80. Comprei um paperback antigo que tinha saido pela abril, o "Opium" que superou minhas espectativas. Opium é um vilão maquiavélico em uma cidade de habitantes apáticos que só obedecem a TV, que é representada por seu âncora televisivo e herói nacional: Rubem Plata. Uma crítica a sociedade moderna engraçada, bem escrita e desenhada. A imagem não é da série, mas é do Torrez. Alias, o cara tem um site oficial, clica aqui.
Alan Moore fala sobre o From Hell:

A well-known semi-recluse in the comics, and now entertainment industry, Moore said while he’s not too keen on going to the film’s U.K. premiere, he may just have to. “If left to my own devices, I’d probably wait until it comes out on video, because don’t go to the cinema, and I’m really busy,” Moore said. “But, me daughters, if there is a premiere over here, they’ve kind of badgered me, so I’m more or less compelled to actually take them to it. Other than that, I can wait a few months until it’s out on video.

Ele falou outras coisas também, mas essa foi a melhor eu acho. Moore como um rapaz inteligente também deixou claro que entende completamente que o filme é uma obra separada do seu quadrinho e que ele não tem muito a ver com seu resultado final, o que é ótimo. E disse que ia ficar feliz com o sucesso do filme porque isso provavelmente alavancaria o calhamaço de 1000 página que é o trade paperback do From Hell original. E é o que está acontecendo...

On a sadder note, outro dia eu li uma crítica descendo o pau no filme, acusando de ser mais um daqueles arrasa quarteirões que glorificam a violência, etc, etc, etc. Ou seja, vai na a direção oposta da HQ. Na mesma crítica o jornalista apontava alguns trechos de entrevistas dos diretorea aonde eles deixavam claro que suas únicas resalvas ao filme eram a de não terem podido usar mais sangue e detalhes mórdibos nos assassinatos e que o maior orgulho dos dois eram suas reconstituições das cenas do crime e os bonecos perfeitos que foram produzidos para as cenas em que as prostitutas apareciam mortas. Lindo hein?
Aê, várias adesões ao movimento "O Brasil não é um bobo alegre!" ! Valeu pessoa!

quinta-feira, outubro 25, 2001


quarta-feira, outubro 24, 2001




De acordo com cientistas malasianos o rapaz aí em cima, apelidado pelos americanos de Mr. Magnet não possui poderes magnéticos. Apesar de poder segurar até 30 kilos de metal colados em sua pele, testes parecem revelar que na verdade a pele do sujeito tem um poder de sucção fortíssimo, coisa que faz com que fique fácil colar objetos. Tipo, um chiclete mastigado humano. O neto do Mr. Magnet também faz a mesma coisa, como eu já havia relatado aqui a uns dias. A matéria em inglês tá aqui.

segunda-feira, outubro 22, 2001

Chat com Davi Lins, bem aqui. Fala sobre seu último trabalho genial, o Mulholland Drive. Dica da Juju.

Ontem revi o "Cowboys do Espaço" dirigido e protagonizado pelo Clint, o Rei. Bicho, se eu chegar aos 70 anos tão bem conservado como ele não quero mais nada da minha senilidade. O maluco tem pacto com o tinhoso.

terça-feira, outubro 16, 2001

Digam o que quiser do Copperfield, mas o que acontece é que ele realmente adivinhou o resultado da loteria desse sábado. O moço lavrou em cartório sua previsão a três meses atrás e deixou o documento fechado em um cofre até hoje. Taqui a notícia.

quinta-feira, outubro 11, 2001

Terceira Frase do Dia:

"Se há prejuízo para esses estudantes, ele foi criado pelos professores que permitiram que eles ficassem sem aula."
Vilhena, Reitor não-eleito da UFRJ, sobre a greve dos professores que já dura alguns meses.

Realmente. É um absurdo os professores fazerem greve. Tão absurdo mesmo que a greve foi declarada ilegal e os salários dos mesmos suspensos até segunda ordem. Porque, fala sério, que história é essa de pedir aumento? E o aumento que vocês ganharam a 9 anos atrás, não conta? O povo brasileiro não tem memória mesmo hein! E que droga é essa de reclamar que o governo tirou os 26% de aumento que vocês ganharam na última greve? Po, usem os outros 74% do seus salários caramba! Povinho chato esses professores hein? E daí que o salário de vocês é patético? Pensem nos estudantes! Cadê o espírito cívico?!?
Segunda Frase do Dia:

"Sua mensagem é estúpida. O Iraque não tem medo de vocês ou de qualquer outro, quando tem um direito a exigir. O assunto sobre o qual vocês nos alertaram não está na agenda iraquiana"
Mohammed Aldouri, representante do Iraque na ONU, sobre as ameaças americanas ao Iraque.

Ninguém pode falar que esse pessoal não tem culhão. Tem que respeitar, bicho.



Primeira Frase do Dia:

"- Qualquer pessoa neste país sabe que os Estados Unidos não atacam civis."
Donald Rumsfeld, secretário de defesa americano, respondendo a declaração Talibã que acusava os ataques de terem matado 300 civis até agora.

Como diria o saudoso Didi Mocó Sonrisal Colesterol Mufumo (o verdadeiro foi morto e substituido por um clone sem graça que assombra os fims de semana da Globo) : - CUMA?

An... Hiroshima? Nagasaki? Vietnan? Sudão? Alguém? Alguém? Na foto aí em cima, a colorida mostra a menina de 9 anos já crescida. Atenção as marcas no Napalm.
Saldo final do festival: 15 filmes. Férias de cinema agora. E eu nunca mais vou comer aqueles pães de queijo do estação. Urgh.

terça-feira, outubro 09, 2001




Fechando o Festival com chave de ouro, o Mullholand Drive foi um assombro. Valeu 40 minutos de engarrafamento, 20 procurando uma vaga e 5 de tensão esperando para ver se o bilheteiro ia perceber que eu havia cometido uma burrada e comprado um bilhete pra sessão anterior (ele não percebeu, São Davi é forte). Como eu já tinha ouvido falar, o filme é uma repetição de tudo que o Davi já fez, e pasmem, consegue ser absolutamente genial na repetição. A única coisa inédita é o lesbianismo, todos os outros "director's trademarks" estão lá: as cortinas, um "brown lodge" semelhante ao "black lodge" do Twin peaks, as fumaças, a percepção distorcida do tempo, os personagens bizarros e as situações inexplicáveis. Até mesmo Michael J. Anderson, o "little man from another place" de Twin Peaks faz uma aparição como o apavorante Mr. Roque. Só pra confirmar a minha crença de que o Davi Lins é um dos maiores diretores de cinema vivos.

O filme tem site oficial, e o site do Davi parece que está deslanchando depois de meses de espera...
- Já vivemos uma grande desordem. O que mais o mundo quer de nós? Joguem uma bomba atômica e nos aniquilem em vez de nos matar gradualmente sob a justificativa de que se trata de uma operação contra o terrorismo .

Cidadão Afegão, ontem.

segunda-feira, outubro 08, 2001




Way to go, americanos malditos. Olho por olho, dente por dente não é? Que bonito.



E na reta final...

Dias de Nietzsche em Turim, do Julio Bressane é bem bom (é desse filme a foto principal do cartaz que eu fiz pra contracampo e apresentei aqui a uns dias.), o filme inteiro é narrado em off, com algumas músicas do próprio bigodudo e umas cenas clássicas da mitologia que se formou sobre ele. No final temos algumas cenas reais bem assustadoras do Nietzsche de verdade, já louco e internado. Deve entrar em cartaz...

Desejo Insaciável, da Claire Denis também é muito bom. Conta a história de um casal que é usado de cobaia em umas experiências científicas e desenvolvem tendências canibais. Já tinha visto outro filme da diretora no último festival e gostado bastante (o Bom Trabalho) e gostei ainda mais desse. As cenas de canibalismo são ótimas, deixam você incomodado mesmo. E se você só está afim de ver por causa da trilha sonora do Tindersticks, pode ir tirando o cavalinho da chuva, eles só fizeram duas músicas pro filme. Que alias são bem boas também e se encaixam como uma luva.

O amor segundo Godard, do (dã!) Godard é uma belezinha. Também deve estrear, mas eu vi assim mesmo, e valeu a pena. Lindo filme, dividido em duas partes distintas: a primeira filmada em um dos P&Bs mais bonitos do cinema e a segunda em vídeo digital com cores belamente estouradas, bonito mesmo. Não se deixe enganar pelo cartaz brega pra caceta do filme, pode ir com fé. O discurso anti-americano é perfeito pra conjuntura atual.

e mais o Va Savoir, do Rivette que é uma comédia romântica (se é que você pode usar esse termo sem lembrar da Meg Ryan) muito simpática e espertinha.

Nesse exato momento estou meio enjoado de ir ao cinema. Hoje a mostra acaba, com a exibição do filme que eu venho aguardando mais desde seu início, o Mulholland Drive do Lynch. E depois disso acho que vou ficar sem ir no cinema por um mês. Por que minha coluna já está indo pro espaço com as caderas desconfortáveis do estação e meu estômago indo pra vala com todos os mais variados tipos de Junk Food que estou sendo forçado a ingerir. Sem falar no meu bolso, que também foi avariado com essa maratona de filmes. Ao invés de ficarem fazendo imãzinhos pra distribuir na entrada de algumas sessões eles podiam muito bem diminuir o preço da entrada. Lembra quando os filmes do festival custavam 5 bagarotes? Boi zé....

sexta-feira, outubro 05, 2001




Minhas ameaças a produção do festival do rio funcionaram e parece que segunda feira eles vão exibir o Mulholand Drive como combinado antes do filme ficar preso na alfândega. Se eu fosse você comprava rápido, porque parece que depois disso aí só na repescagem do festival ou quando ele for lançado daqui a uns 3 anos. Eu já comprei via o maldito ingresso.com.br, que não dá reembolso se eles mudarem a sessão. Tem que tentar a sorte mesmo, mas o Davi Lins vale.
Nicholas de volta no non-linear...
Caraca. Eu tenho muita pena dessa gente. Sem mais.
Comecei o dia muito mal, confirmando duas presenças na minha lista de "pessoas que eu mataria sem culpa". Uma já estava a tempos, outra estava na fila de entrada, agora as duas ocupam o primeiro lugar. O casal 20 da medíocridade na internet.
Onte foi o dia da família Argento no Festival:

Diva Escarlate, da Asia Argento (a filha) é legal, um dos filmes mais doentes e esculhambados que eu já vi. Dá pra rir o filme inteiro, de cabo a rabo, bicho. E pra quem está interessado em ver a Argento filha como veio ao mundo pode ir feliz, a protagonista-diretora se acha muito gostosa e aparece nua de cinco em cinco minutos.



O Insônia, do Dario Argento (o pai) é bom também. Sobre a história eu ainda não tenho uma opinião formada. Se era pra ser esculhambado mesmo, como o filme da filha, eu acho genial. Se era pra ser sério virou uma comédia involuntária. De qualquer maneira o Argentão filma como o diabo, a cena da perseguição do trem é um primor, entre outras... Pra quem se amarra num gore (eu não) é um prato cheio: são várias cenas de assassinato das mais escabrosas. Assista o filme bicho e faça bastante força pra ignorar a trilha sonora muito podrona (mas que funciona) e a dublagem em inglês que transforma vários diálogos sérios em comédia no nível do grande Didi Mocó.

quinta-feira, outubro 04, 2001




Ghost World: Legalzinho, legalzinho, podia ser melhor... O roteiro do Daniel Clowes (que pra quem não sabe foi o quadrinista que fez a hq que originou o filme) é bem parecido com suas hqs, em tudo que isso tem de bom e ruim. Estão lá os personagens disfuncionais e o desfile de figurinhas bizarras, mas também estão algumas cenas meio pelinhas e uma conclusão besta pra história toda. Um exemplo dessas cenas pelinhas são as que se passam durante a aula de artes na escola, que apesar de terem algumas tiradas muito boas possuem todo um "recalque de cartunista que não é reconhecido como artista de verdade". Alguns personagens também são esquecidos pelo caminho, mas nada que doa muito na vista. A direção de arte está bem legal, criando um tempo imaginário que parece uma mistura dos anos 90 com os 60 e enchendo o filme de pequenas referências quadrinisticas o tempo inteiro e a trilha sonora também está boa, indo na contramão de todo filme de temática adolescente já feito. O rock indiano da abertura é especialmente genial. As atuações também estão no capricho, a protagonista manda muito bem e o Steve Buscemi que já nasceu com a cara de um desenho do Clowes está perfeito.

É o primeiro filme de ficção do diretor, que já havia produzido o ótimo documentário sobre o Crumb. Resta esperar e ver se o moçoilo (que não é nem tão moçoilo assim nos seus 53 anos) se aperfeiçoa com o tempo, porque ele tem um potencial bicho, isso tem.

Pra fechar, tem o site do filme, que tem uns troços bem sacados como mini documentários fake com o Steve Buscemi e com o ator que faz Doug, o maluco da loja de conveniência.
Morre o Dr. John Lilly...

terça-feira, outubro 02, 2001

Olha, igualzinho ao avô!
Entrevista com Davi Lins no JB...
Na falta do Mulholland, ontem eu fui ver o História Real no cinema, antes só tinha visto no DVD. Como todos os filmes do Davi Lins esse é uma pérola. Só mudou o tom, ele saiu um pouco da neurose e obsessão de seus filmes anteriores e fez uma obra calma, tranquila e triste sobre um velhinho que atravessa um estado num cortador de grama para visitar seu irmão que não vê a anos e que acabou de ter um infarto. Viva Davi Lins e viva o Badalamenti pela trilha sonora fantástica. Só não dá pra entender porque esse filme está na geladeira a anos, apesar de já ter legendas em português e tudo.
O Davi Lins sempre gostou de trabalhar para a TV e tinha planos de fazer uma nova série, como já tinha feito o maravilhoso Twin Peaks e a ótima mas de vida curta "Hotel Room". Então ele conseguiu convencer uns produtores televisivos a bancar sua nova empreitada, Mulholland Drive. Conseguiu produzir um piloto, a rede de TV achou bizarro demais e engavetou. Davi Lins conseguiu a duras penas um patrocínio do sempre solícito canal + e transformou o piloto da série em um longa a ser exibido nos cinemas. Esse longa foi pra Cannes e arrebatou o prêmio de melhor direção. Agora, o festival do rio tinha prometido o filme e até hoje o dito cujo está preso na alfândega. Foi cancelado das duas seções para quando estava programado e só resta uma, segunda que vem. No globo de hoje um pelassaco da direção do festival está falando algo como "calma, calma, o filme vai chegar sim". Só digo uma coisa: Se não chegar meu filho, é bom você se esconder embaixo da cama por um bom tempo porque eu vou te caçar como um cão, está me ouvindo? COMO UM CÃO!

Droga.
A Trailervision está voltando aos velhos tempos com seu novo Kung Fu Jesus. Fica pau a pau com os melhores, como o Porquoi?, Jesus 2000, The man with no head e wimp club.

segunda-feira, outubro 01, 2001




Se você ver um desses na mostra, fui em que fiz, bicho.



Até agora Mulholland Drive ainda não foi liberado. É muita perseguição ao pobre do Davi Lins. Caceta.

'R xmas, de Abel Ferrara.
Drama sobre casal de Dominicanos traficante em Nova York. Não achei lá grandes coisas, pra falar a verdade. Tem uma ou outra coisa interessante, mas no geral achei meio esquisito.

Millenium Mambo, de Hou Hsiao-hsien
O melhor até agora. Belo filme, com fotografia e trilha sonora a altura. Vale muito a pena ir até a Barra pra ver as próximas sessões, já que o diretor não teve nenhum de seus filmes anteriores lançados comercialmente no Brasil.

Battle Royale
O filme mais esquisito do festival por enquanto. Um survivor do Joselito, aonde estudantes são jogados em uma ilha e tem que se matar para conseguir vencer o jogo. Tem umas coisas bem engraçadas e o Takeshi Kitano que eh sempre bom. Mas o final é extremamente pelassaco e a direção é mei bagaceira. Tinha potencial...

Beatrice e o Monstro, do Hal Hartley.
O Hal Hartley, como o Kevin Smith, é um daqueles diretores que começaram bem e foram decaindo em progressão geométrica. Texto risível e boboca, referências fáceis, direção sem tesão, um filme bunda mole do começo ao fim. E olha que o cara é o rei dos hypados. Concordo em gênero número e grau com a Juju.