segunda-feira, março 31, 2003

Midnight Eye é uma revista sobre cinema oriental, com um design a altura do seu conteúdo. Eu gostei.
O Pudim de cachaça mais mortífero do mundo



Já a algum tempo sairam no mercado brasileiro alguns dvds do Renato Aragão chinês, Jackie Chan. Ainda não assisti a todos os lançamentos, mas gostaria de recomendar enfaticamente o que atende pela graça de "Mestre Invencível", tradução pouco criativa para "Drunken Master" que é algo como "O Mestre Bêbado".

Jackie Chan é Wong Fei Hung, o mitológico lutador chinês, que sendo um estudante indisciplinado e encrenqueiro do Kung Fu, é enviado para ser treinado por um ancião que desenvolveu uma técnica de luta baseada na cachaça. Bom, cachaça não, vinho branco. De qualquer maneira. O mestre cachaceiro (com direito a um nariz vermelho de pinguço e uma tremedeira que aparece quando ele é privado de seu mé) ensina ao jovem Chan o segredo dos oito deuses bêbados e ele se torna um lutador imbatível. Principalmente depois de entornar uma cumbuca inteira de vinho.

O "Drunkem Master" é um filme importantíssimo para o gênero, se eu não me engano foi a primeira comédia de ação e é a película que impulsionou a carreira do Jackie Chan. O dvd é imperdível, apesar de alguns bugs bizarros, como a alternância entre a dublagem chineza e americana no meio do filme. Mas nada que incomode muito.

Uma nota sobre o assunto. Sempre frequentei o mercado popular da Uruguaiana no centro do Rio quando estava atrás de vhs antigas. O preço geralmente é ridículo e o material não é pirateado, e sim comprado de locadoras que vão à falência. E o que venho notado é que a grande massa descobriu o filão dos filmes de artes marciais de Honk Kong, e que qualquer fita do Jackie Chan sai pelo menos por 15 bagarotes. O que é um absurdo, visto que já comprei coisas geniais por apenas 3. Só pra vocês notarem que eu não estou sozinho nas minhas preferências, hein, hein!

quinta-feira, março 27, 2003

Cena imaginária do Oscar III

O presidente da academia está no palco.- Então, senhoras e senhores, encerramos assim essa edição do Oscar... - Um estrondo, chamas, o presidente da academia não está mais sobre o palco, mas sim espalhado pelos ocupantes das dez primeiras fileiras. Um homem vestindo camuflagem militar desce por um dar cortinas: - Vida longa a Saddam! Morte ao demônio imperialista! - Ele puxa um dispositivo amarrado a seu corpo e garante uma hora extra para os bombeiros, policiais e para-médicos por pelo menos duas semanas.
Couronne. O Joguinho contraproducente do momento.

quarta-feira, março 26, 2003

Cena imaginária do Oscar II

Michael Moore, diretor de ´Tiros em Columbine´, o controverso documentário vencedor do prêmio sobre no palco. Em 10 segundos seu discurso já passou de agradecimento a uma crítica ferrenha a administração Bush. Nesse instante, um pequeno círculo vermelho aparece sobre a testa do homem. É ouvido um ruído abafado e o corpo avanjado lateralmente de Michael Moore desaba no chão, um charafiz de sangue espirrando do meio de sua cabeça. Dois homens de ternos pretos, óculos escuros e walkie-talkies entram rapidamente e puxam o ex-diretor pra trás do palco. Steve Martin entra em cena, bem humorado.

- Beeeem, por essa vocês não esperavam, hein?

terça-feira, março 25, 2003

Cena imaginária do Oscar I

- E o oscar goes to... Roman Polanski, The Pianista.

Aplausos. O apresentador se prepara para deixar o palco com a estatueta, já que o diretor não está presente. Súbito uma senhora da platéia sobre no palco. Arranca seu rosto feito de latéx e rasga seu vestido. Não existe mais senhora e sim um homem baixo vestindo um smoking. Ele anda até o apresentador atônito - Obrigado. - e tira o Oscar de suas mãos. É Roman Polansky, proibido de entrar nos EUA por ter sido condenado pela sedução de uma garota de 13 anos décadas atrás. Grupos de seguranças e agentes federais armados correm em direção ao diretor, prontos para cumprir a ordem de prisão quando a clarabóia do empedernido auditório explode em uma chuva de vidro e metal. Um helicóptero lança uma escada para Polansky, que a agarra rapidamente e é içado do lugar. Silêncio. Os agentes sem. As maquiagens são retocadas.

- No próximo bloco, o Oscar de melhor filme.

segunda-feira, março 24, 2003

Fashion Sense



O homem é um genocida a serviço das grandes coorporações, mas ninguém pode dizerm que ele não sabe se vestir.
Pelo amor de Deus, ninguém percebe que o Glauco bateu as botas e que aquelas tiras que ele vem escrevendo são apenas reflexos post-mortem de seu corpo em decomposição? Deêm ao homem um enterro decente pelo bem feito na época em que suas hqs eram realmente boas. Alguém lembra aí do Geraldão de alguns anos atrás, quando ele foi preso por tentar estuprar a mãe e julgado pelas senhoras do Santana? Então. Pergunta se ele consegue fazer alguma coisa remotamente parecida hoje em dia.

E olha, se depois do serviço fúnebre vocês sentirem falta do sujeito, apresento a vocês uma fórmula que permitirá a produção em massa de tiras do Glauco. Serve para o Geraldão, Casal Neuras, Zé do Apocalipse ou os insuportáveis ETs.

Quadro 1
O personagem e apresentado e/ou inicia uma ação.

Quadro 2
O personagem continua e/ou inicia uma ação.

Quadro 3
O personagem é atingido por uma força contrária a essa ação de maneira violenta no pior estilo comédia pastelão.
Guerra adia comédia com Meg Ryan

Tudo, tudo mesmo, tem seu lado bom.

sexta-feira, março 21, 2003

A Mardita da Cachaça

Exibição de curtas. Cachaça grátis. Festinha. Dois Reais. E digo mais! Os curtas eram bons e a platéia da exibição surpreendentemente educada pra quem está esperando uma festa com cachaça grátis logo depois. Uhu. O Cachaça Cinemaclube acontece toda quarta feira no Odeon, aqui no Rio. O problema é que tinha muita gente. Tipo, tanta gente que no fim da sessão foi impossível entrar no segundo andar do estabelecimento.

E fui apresentado ao majestoso, fantástico, absurdo trabalho do Telefone Colorido e Pajé Limpeza, chamado `Resgate Cultural´ que uma das coisas mais engraçadas que eu já vi. Muito bom mesmo, coisa de gênio. Merecia o Oscar.

quinta-feira, março 20, 2003

A Odete teve que sair do ar, por causa das minhas multas astronômicas em cima do excesso de banda utilizada aqui. Mas ela volta. Se segurem um pouco, peregrinos.

quarta-feira, março 19, 2003

Portfolio

Com a edição de ontem do Big Brother Brasil podemos perceber como as maneiras de apresentação de um curriculum pra Playboy estão cada vez mais inventivas. Ou as maneiras da Grobo de manter o interesse do público nas eliminações do Big Brother estão.
Texto requentado



Na foto acima: Bush, Collin Powel, Blair e Saddam.


Se eles vão, que vão com estilo:

Then it’s war!
Then it’s war!
Gather the forces!
Harness the horses!
Then it’s war!

Freedonia’s going to war!
Each native son will grab a gun.
And run away to war!
Feet will beat along the street to…
War!

We’re going to war!
At last the country’s going to war
It seems the country’s going to war.
At last the country’s going to war.
We’re going to war!


Vale notar que é uma vergonha eu ter de requentar esse post tão cedo.

sexta-feira, março 14, 2003

Eu sei que você também ficou decepcionado com a origem do filé a francesa. Mas que porcaria, né? Nenhum mistério, nada pitoresco ou mesmo levemente interessante. E sinceramente isso aí tem a maior pinta de ser historinha. K-ô. Balela. Conversa pra boi dormir. Cadê o francês? Quem era o rapaz que atendia ele? Eu quero fatos, fatos!
Se você era um usuário dos testes inúteis, me desculpem mas o endereço do bicho mudou. Eu estou pagando uma taxa absurda de transferência adicional e algumas áreas vão ser transplantadas. Clica aqui pra visitar a nova casa dos testes inuteis. Foi mal pro pessoal que já tinha linkado as imagens, mas eu sou uma pessoa pobre pra sustentar esses links todos.
O Rio Show desvenda um dos grandes mistérios da humanidade, a origem do Filé à francesa. Segue:

A casa (O Nova capela, primeiro e lendário restaurante da Lapa) tinha o formato de uma nave e por isso ganhou o nome. Contam também que ali foi o berço do filé à francesa: um assíduo cliente (francês, óbvio) só pedia seu filé — de frango — acompanhado de batata palha com presunto, cebola e petit pois . Ele chegava e o garçom avisava à cozinha: “Solta o filé à francesa!” Difícil mesmo é comer filé à francesa na França. Não existe. O prato é coisa nossa, ou melhor, do Capela.
Grandes momentos da HQ mundial - Parte I

quinta-feira, março 13, 2003

George Bush you’re looking like Zoolander
Trying to play tough for the camera


Bestie Boys contra a guerra. No Showbizz são poucos que dizem o contrário, como Tom Cruise e Steven Spielberg que já deixaram claro que acham a guerra bem razoável. Há quem goste de uma massacrezinho zuper básico.

terça-feira, março 11, 2003

Ae, o site ficou fora por dois dias, meu mail idem. Se você me mandou alguma coisa nesse tempo tenha a presteza de me mandar de novo, ok? A casa agradece.

sexta-feira, março 07, 2003

Menos dois

Os cinemas da Galeria Condor, no Largo do Machado foram vendidos a igreja universal por 2 milhão. Tudo bem, tudo bem, os cinemas eram uma merda mesmo. Só não vale vender a Rotisseria árabe (o melhor árabe do Rio, sem discussão) pros bíblias. Aí fica difícil.

Se você quiser se despedir do Largo do Machado 1, ainda pode pegar Gangues de Nova Iorque por lá. O filme é bom pra dedéu. Melhor do ano até agora. Tipo, obra prima. Depois eu falo mais sobre isso, ou não.
Caridade

Vamos dar um tempinho nos comentários espirtuosos e engraçadinhos para tratar de um assunto sério. Um dos diretores mais conhecidos e festejados do cinemão americano, Steven Spielberg está passando por necessidades. Venho por meio desse post, iniciar um movimento de apoio ao homem. Explico. Como pode-se perceber por toda a obra cinematográfica desenvolvida por ele ao longo de sua vida, Spielberg é um homem amargurado com o mundo, que entre seu desprezo pelo sexo, sua misoginia e sua síndrome de Peter Pan aguçada deixa transparecer uma disfunção grave no que se tange a relações familiares.



Sugiro uma vaquinha para arrecadar fundos e pagar algumas sessões de terapia para o grande diretor. Quem sabe desse jeito ele volta a fazer filmes divertidos ao invés de se tornar um autor sociopata em seus tratados sobre a família americana? Dessa maneira não vamos mais ter filmes que poderiam ter sido absolutamente simpáticos e divertidos como o `Pegue-me se for capaz´ destruídos por essa constante e incômoda obsessão autoral.

Veje bem. Ao invés do filme ser `Jovem consegue enganar o FBI e a polícia e se torna o maior vigarista de todos os tempos´ ele é: ´Jovem sofre uma grande tragédia na família (um divórcio, o pior dos males do mundo de Spielberg) pois sua mãe deixa o pai que empobreceu. Para tentar reatar os dois ele foge de casa e enriquece ilicitamente, tentando impressionar seu pai e fornecer a eles os meios (econômicos) para reconquistar sua mãe. Assim o mundo ficaria perfeito. Um agente do FBI o persegue porque também foi atingido por uma tragédia terrível (adivinha... um divórcio) e como não tem mais uma família volta sua vida para o trabalho. Na verdade o que ele quer é sua família de volta. Com a morte do pai do vigarista e o nascimento de uma meia-irmã do segundo casamento de sua mãe tudo que era mais sagrado em sua existência é jogado na lata do lixo e ele perde a razão de viver. Mas volta a cena quando o agente do FBI o ´adota´ sob custódia e os dois viram uma família novamente. E todos vivem felizes para sempre.´

E aí você desperdiça uma direção rapidinha, atores esforçados, e todo um clima de filme sofisticado e rapidinho a lá ´Onze homens e um segredo´. Até o John Willians deixou de ser John Willians um pouquinho e emulou um Henry Mancini.

Vamos lá gente, eu estou apelando para a boa vontade de vocês.

E po, se quiserem uma crítica séria sobre o filme, leiam o texto do Fernando Veríssimo, na Contra. Não, não é esse veríssimo. É o outro.

quinta-feira, março 06, 2003

Utilidade Pública

Reproduzo aqui, e-mail enviado para este blog após o desfile de sábado. Espero que essa atitude sirva de alerta as autoridades, que despudoradamente viram os olhos para esse tipo de desrespeito com o público. Segue:

Caro Tiago Teixeira Ponto Com Ponto Bê-erre,

Tendo em vista tanto o vasto alcance nacional e internacional como a seleta audiência desse seu absolutamente genial (mas modesto) site lhe envio esse relato de um fato acontecido no último sábado, no Sambódromo do Rio de Janeiro, por volta das 22:00.

Poucos minutos após o início do desfile, eu estando localizado em um dos setores superiores do local, notei uma comoção estranha entre as pessoas a minha volta. Certo momento, todos eles se olharam e voltaram sua atenção para um local distante, como se esperando um sinal. Apertando a vista consegui ver um homem que acenava de dentro de um camarote no outro lado da pista. Imediatamente cerca de 50 ou mais pessoas ao meu redor sacaram painéis de papel branco e os colocaram acima de suas cabeças. Levei um grande susto e minha visão do espetáculo foi imediatamente prejudicada. Tentando entender o que acontecia ali, olhei para cima e graças a luz dos refletores consegui ver que as placas que as pessoas erguiam sobre suas cabeças possuiam os dizeres: CASAS BAHIA.

Minha revolta foi imediata. Eu, cidadão pagador dos meus impostos, adevogado, que comprei um ingresso superfaturado para o carnaval de 2003 como qualquer um ali presente estava tendo a minha visão do desfile obstruida por uma conspiração claramente ilegal visando promover uma loja de eletrodomésticos que vende sofás horrorosos.

Comuniquei aos portadores dos cartazes, em altos brados, como eu me sentia em relação a aquela situação. Mas antes que eu pudesse obter uma resposta senti um peso enorme em cima da minha cabeça. Alguma coisa empurrava as placas por cima, e os anunciantes disfarçados de público pagante faziam um esforço hercúleo para não serem esmagados. Olhei para cima em pânico e percebi a abominação que tentava nos transformar em pasta: Um imenso fedelho com chapéu de cangaceiro sambava em cima de nós. Graças ao meu bom Deus o terror durou pouco, e em alguns segundos a criatura se dissipou no ar, tão misteriosamente como havia aparecido.

Não consegui assistir o desfile, mas no dia seguinte amigos que acompanharam o show pela televisão me relataram que o demônio abestalhado apareceu em cima da cabeça do público durante toda a madrugada.

Já tentei contatos nos jornais e não fui atentido. O mesmo aconteceu no rádio e nas tvs. Tento agora pela internet ser ouvido, já que estou obviamente sendo censurado pelos meios de comunicação. Pois acredito piamente que o homem que acenou para o grupo com as placas no começo dessa tragédia vestia um uniforme da rede globo.

Conto com você Tiago.