sábado, janeiro 13, 2001

Voltando com Juju a alguns minutos do Lamas (Bar, Catete, Comida boa, garçons atenciosos) entrei automaticamente na saída que leva pra linha vermelha, no trajeto que faço todos os dias de casa ao trabalho. Normalmente durante a madrugada eu uso a Av. Brasil que é mais segura, não dessa vez.

Assim que entrei na via um carro veio na contra mão. Achei esquisito, mas não havia nenhum barulho suspeito, nenhuma sirene na frente, nada que pudesse indicar que alguma coisa estivesse errada. E eu já tinha visto coisas mais esquisitas no trânsito da madrugada. Um carro passou por mim com o silenciador pendurado, produzindo uma pequena cauda de faíscas a frente do nosso carro. Mesmo assim, nada parecia errado. Comecei a achar aquilo tudo meio bizarro, me senti num filme do David Lynch. Andando mais um pouco passamos por um acidente, alguns carros tinham rodado na pista. Passei rápido, começando a ficar nervoso. Mais a frente uma fileira de cones paralela a pista, não significando nada. Até que viramos uma curva e chegamos ao momento aonde a linha vermelha fica de frente a uma bela favela que cresce a olhos vistos no meio do trajeto. Lá nós encontramos pelo menos uns 30 policiais agachados atrás da mureta de proteção que separa as duas pistas, algumas viaturas, todos prontos para uma troca de tiros. E nós passando por ali, junto com outros carros, idênticos a aqueles patinhos dos parques de diversões de desenho animado, que ficam passado lentamente prontos pra levar uma azeitona na cabeça.

Que tipo de imbecil ordena uma operação dessa e não fecha a entrada para a linha vermelha?

Uma das entradas (a de quem sai da ilha) estava fechada, mas a outra estava completamente aberta, sem nenhum indicativo de que você podia levar uns tiros se entrasse por ali. Super divertido, faz você se sentir superbem. Merda de polícia.

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