Gato escaldado que sou, eu não estava esperando muito da adaptação da ótima HQ (e posteriormente um ótimo desenho animado) de Ben Edlund, 'The Tick' que estreou essa semana na Sony brasileira. Assisti o programa por acaso, e acabei me surpreendendo com a bagaça. Não é o sitcom do Tick é até bem engraçado?
Pra quem não conhece, um resuminho: O Tick é um super-herói azul, super forte e indestrutível que chega até a cidade de 'The City' para defender a área de supercriminosos. O seu traço mais marcante é que ele só fala como um herói dos anos 60, com frases feitas edificantes, usando metáforas estapafúrdias de grande apelo dramático. Ele encontra Arthur, um contador que é demitido por ir ao trabalho vestido de homem-traça e juntos iniciam uma cruzada contra o mal. No núcleo da sitcom eles contam com a ajuda de Batmanuel, uma versão latin lover do cavaleiro das trevas e Lady Liberty, que é uma mistura de Mulher Maravilha com capitão américa.
A série tem uma direção que cai no erro mais comum de adaptações de hqs para as telas, que é tentar emular o que as pessoas acham que seja uma 'atmosfera de hq' usando ângulos esquisitos, lente grande angular, extreme close-ups, essas coisas. Também falta um certo timing, mas isso geralmente acontece nos primeiros episódios de séries para a tv. O que segura tudo mesmo é o texto, que está bem engraçado. A série foi cancelada no nono episódio, afinal é preciso deixar algum espaço para outras séries ótimas como 'My wife and kids', 'Charmed' e 'Men, Women and Dogs'.
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